O Primo do Cerra, do Alckmin e do Andrea
O Conversa Afiada reproduz post sobre membro destacado do clã Siemens, um Primo:
Primo, ex-Siemens: três horas de silêncio eloquente?
Finalmente, já que os jornais – exceto O Globo, que publicou uma pequena matéria na noite de sábado – não quiseram dar um pulinho logo ali em Itajubá, o ex-presidente da Siemens, Adilson Primo, demitido desonrosamente em 2011. Segundo a imprensa, Primo teria “preferido”o silêncio, durante três longas horas.
Apesar de poucas revelações, a matéria de sábado, assinada por Flávio Freire e Thiago Herdy, tem um trecho mostrando como é explosivo o homem-bomba deste caso:
Primo é visto como um homem intempestivo: fala alto e bate na mesa, quando quer impor suas decisão. Teria dificuldade de lidar com subalternos. É pouco paciente para explicar uma decisão pela segunda vez. No entanto, criou fama de sempre acertar, quando o assunto é estratégia de venda, de marketing ou de qualquer outro tema. Foi esse jeito truculento que fez com que a empresa tivesse dificuldade de encontrar um funcionário para testemunhar contra ele no processo trabalhista.
— O funcionário mal conseguia falar na frente, tremiam as mãos, realmente ele era muito temido — conta um funcionário da empresa.
Hoje, Primo pouco vai a São Paulo. E tem evitado a imprensa. Para isso, tem ajuda da secretária pessoal Jociléia, que não esconde a preocupação com o humor do chefe:
— Ele foi bem claro comigo: “não quero atender ninguém para falar de Siemens, muito menos a imprensa”. E eu vou fazer exatamente o que ele pediu, sem mais nem menos. Será que deu para você entender? — disse a fiel Jociléia.
Sim, Jociléia, deu para entender.
De qualquer forma, republico a matéria de hoje O Globo, acrescentando que, segundo o Jornal Nacional ele disse não lembrar de muita coisa e que, como presidente na empresa, não acompanhava as licitações das quais a Siemens participava.
Claro.
Ex-presidente da Siemens presta depoimento ao MP de São Paulo
“O ex-presidente da Siemens Adilson Primo prestou depoimento de três horas na tarde dessa quarta-feira na sede da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, no Centro de São Paulo. No entanto, de acordo com pessoas presentes no depoimento, ele preferiu o silêncio e pouco contribuiu com as investigações.
Primo trabalhou na Siemens por 34 anos e foi demitido da empresa em 2011, suspeito de desviar aproximadamente 7 milhões de euros por meio de uma conta bancária em Luxemburgo. Atualmente ele cobra da sua antiga empregadora cerca de R$ 50 milhões em indenizações na Justiça. Hoje ele é secretário de administração e gestão em Itajubá, no interior de Minas Gerais.
Primo dirigia a multinacional alemã durante o período em que teria ocorrido formação de cartel para licitações de obras de trens e metrô em São Paulo, entre 1999 e 2009, nas gestões dos governadores tucanos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.
Pelo menos quatro dezenas de inquéritos envolvendo suspeitas de fraude em licitações do metrô neste período estão em curso na Promotoria do Patrimônio Público.
Segundo o promotor César Dario Mariano, responsável pela convocação de Primo, o ex-executivo foi ouvido na condição de testemunha, e não como investigado. Outros dirigentes da Siemens devem ser ouvidos nos próximos dias.
— Como o depoimento ocorreu sob sigilo, não posso entrar em detalhes. Mas, pelo material que já temos, há provas fortes e substanciais de formação de cartel. O que buscamos agora é envolvimento de agentes públicos — diz o promotor.
Além de Mariano, promotores que atuam em outros processos relacionados à Siemens também participaram do depoimento.”
Por: Fernando Brito
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