Ataulfo: Dilma não vai ao 2º Turno
A colona (*) do Ataulfo Merval de Paiva (**) nesta terça-feira não é para tratar da escolha da Dilma para saudar Mandela, ao lado de Barack Obama e Raúl Castro.
(Aliás, o parceiro de Ataulfo, o Gilberto Freire com “i” (***) fez o jn, ontem, ignorar que Dilma desempenharia o papel que engrandece a diplomacia brasileira - clique aqui para ler “a África tem sede no Brasil”.)
O Ataulfo transforma um jantar do Aécio Never e do Dudu Campriles, no Rio, num restaurante da família Fasano, num encontro como a Conferência de Yalta.
Vai mudar os destinos do mundo.
(Cabe ressaltar que os restaurantes da Família Fasano reúnem a “elite da elite” da aristocracia carioca e paulistana.
Surpreende que não tenha ocorrido no Hotel Fasano, em Ipanema, para acentuar o caráter bourbônico do memorável encontro.
O engenheiro Leonel Brizola levou o Rei de Espanha para o Porcão, que fica ali perto.
Como diz o Ataulfo, ao citar o Dr Tancredo, “política se faz de gestos”.)
Substantivamente, o encontro tem a densidade de um bolo de rolo – ou de um pão de queijo.
Comeram carneiro com risoto de camarão - combinação que, na Itália, seria difícil de encontrar, já que, como o ansioso blogueiro ouviu do dono do Luogo di Aimo e Nadia, de Milão – um dos melhores da Itália – “os Fasano não fazem cozinha meridional, mas fusion”.
“Fusion” é a mistura de Aécio com Dudu.
É um “fusion” tão interessante que o Ataulfo chega a dizer que os dois podem, até, disputar o segundo turno entre si.
Quer dizer: Dilma não vai ao segundo turno !
Segundo o Ataulfo, eles querem “ligar o país ao mundo desenvolvido, superando as barreiras ideológicas”.
Ou seja, em português claro: entregar.
Privatizar.
Como fez o Príncipe da Privataria.
É “um conjunto de ideias que os aproxima de um objetivo comum: dar fim ao ciclo petista”.
Como diria o Príncipe: qualquer um deles serve, desde que não seja a Dilma.
Em tempo: chef anônimo da rede Fasano telefona para explicar: não foi "risoto de camarão", mas de "parmesão". Ou seja, arroz com queijo ... Não teria sido melhor logo uma pizza?
Paulo Henrique Amorim
(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(**) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse. Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance "O Brasil".
(***) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.