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O monstro dissolveu Victor Frankenstein Barbosa

Até onde irá a mão implacável do Supremo ? À senzala !
publicado 20/02/2014
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Victor Frankenstein Barbosa consultou o Procurador Antonio Fernando Shelley e achou que teria condições de produzir o “Maior Julgamento da História da Humanidade”, desde que crucificaram um jovem subversivo, filho de marceneiro nordestino e mãe analfabeta.

Victor se considerava um Prometeu: inventaria o fogo em que a corrupção haveria de arder para a Eternidade.

Ele, sim, e não o Gilmar Virgulino desafiaria os Deuses !

E estabeleceu que José Dirceu e José Genoino, presidentes do PT, seriam julgados, apenas, no  Supremo Tribunal Federal da Galileia, ainda que não tivessem privilegio de foro.

Ou seja, não teriam direito a um segundo julgamento – como todos os cidadãos do Império Romano – fora o escravos, é claro.

Só que o monstro da Exceção se virou contra Frankenstein.

O Julgamento de Exceção dissolveu em larva ardente o laboratório de experiências de Victor.

Os alquimistas queimaram os dedos.

Porque, em seguida, bateu-lhe às portas outro político, só que de facção diversa, um fariseu.

Que preferiu dispensar o privilegio de foro.

A ele renunciou, em gesto de madalena dramaticidade: estava arrependido !

E, sem o privilegio, teve que ser julgado mais longe, na Numidia, um ambiente mais acolhedor.

Com esse geográfico deslocamento, o monstro ali criado dissolveu o gabinete de Victor nos ácidos de sua alquimia.

Se o fariseu tem direito a duas jurisdições, por que Dirceu e Genoino não teriam ?

Ora, dirão os maniqueus, sempre do contra, que os amigos de Victor, por exemplo, o Barroso, noviço, pode decidir que o fariseu tem que ser submetidos às sevicias que se aplicam no gabinete do Victor.

Ledo engano -  os apóstatas não aprendem: já no caso do inclíto Cássio Cunha Lima, os pares de Barroso decidiram que ele também deveria ser julgado, agora, em Cartago.

Mas, se o noviço Barroso insistir em julga-lo como se privilegiado fosse, o fariseu poderá exigir um julgamento mais amplo, cheio de infringentes no gabinete do Victor.

E nesse plenário mais numeroso, certamente, seu destino será a montanhosa Numidia.

E, se os amigos do Victor decidirem que, de fato, o fariseu das montanhas merece o que todo cidadão sob o manto imperial de Roma - fora os escravos – merecem, a dupla jurisdição é uma fatalidade.

Já se disse que o grupo dos amigos do fariseu deram uma banana para o Supremo.

Isso é vulgar anacronismo.

Não se plantavam bananas a caminho de Nazaré.

O que os fariseus fizeram foi fechar o Supremo.

O Supremo implodiu na chama da alquimia delirante !

O Supremo só terá jurisdição, daqui para a frente, sobre a malta dos escravos.

Os de sempre.

Como sempre !

Pau-lo-Hen-ri-que-Amo-rim, senhores !, que acaba de oferecer ao amigo navegante um exemplo do que o Millôr Fernandes chamava de “Ah, essa falsa cultura !”, arte de procedência visigótica, em que se notabiliza aquele jurista que é um blefe.