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Dilma não vai entregar o ouro. Quantas divisões tem Eduardo Cunha?

Fernando Brito: Os moralistas da imoralidade.
publicado 12/03/2014
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Saiu no Tijolaço de Fernando Brito:


Dilma não vai entregar o ouro. Quantas divisões tem Eduardo Cunha?



Os moralistas da imoralidade.

Este poderia ser o título de um post mais conceitual sobre o que aconteceu na Câmara dos Deputados.

Os será que uma pessoa no Brasil que ache que os deputados do PMDB, do PR, do PTB e do PSC que votaram e aprovaram o requerimento de investigações sobre a Petrobras não querem cargos, posições e favores, a apenas sete meses de uma eleição onde, até  que fatos novos possam dizer o contrário, o Governo é favorito.

(Aliás, que investigações sobre a Petrobras?  A empresa abriu uma sindicância sobre as notas publicadas nos jornais e o Ministério Público da Holanda, sede da empresa denunciada, diz que , por enquanto, estão analisando os documentos e não existe uma investigação sobre as denúncias. Nem mesmo confirmam que existe menção à Petrobras.)

Isso são escaramuças eleitorais levadas ao mais baixo nível das práticas políticas.

Sérgio Cabral, tentando o que sabe já ser impossível: evitar que o PT tenha candidatura própria no Rio de Janeiro.

Geddel Viera Lima, com sua candidatura de enfrentamento a Jaques Wagner, o governador petista.

Sandro Mabel, exigindo que o PT apóie o empresário Júnior Friboi em Goiás.

O PMDB de Roseana Sarney, tentando salvar seu candidato Luís Fernando Silva.

Tirando o Ceará, onde de fato Eunício Oliveira tem força eleitoral, mas o Governo tem um compromisso com Cid e Ciro Gomes, e Goiás – onde os argumentos da Friboi fizeram até Roberto Carlos voltar a comer carne – , o resto é cavalo matungo, embora com dinheiro e poder.

Geddel, na Bahia, até tem alguma expressão, mas sabe que será esmagado pelo favoritismo de Paulo Souto (do DEM e que será o candidato de Aécio) e um candidato petista apoiado por Wagner e Lula.

Os mais de 40% que Dilma ostenta nas pesquisas lhe dão poder de fogo para colocar pressão sobre estas forças.

Não que vá atirá-los pela janela, mas também não vai entregar a rapadura, que é doce e todos eles querem.

O “Blocão” já cumpriu sua função.

Amanhã começa a romaria.

De um lado,  no Governo, oferecendo arrependimento.

De outro, a Eduardo Cunha, cobrando os mundos e fundos que ele diz ser capaz de mobilizar.

E a nossa imprensa, “ética”, que inviabilizou a proposta do plebiscito para a reforma político-eleitoral com a qual nada disso estaria acontecendo, acorrendo a Cunha, o novo Varão de Plutarco, guia moral da vida pública brasileira.

Talvez, porém, o episódio ajude a melhorar a política brasileira.

Algumas ausências na campanha de Dilma são daquelas que preenchem uma lacuna.



Clique aqui para ler "Eduardo Cunha questiona aliança do PMDB com PT".

E aqui para ler “Wanderley: a coalizão-baleia da Dilma pare sardinhas”.