Viana entra na Justiça contra secretária de Alckmin
Governador do Acre, Tião Viana (PT-AC), como tinha prometido, entrou hoje na justiça do Acre como cidadão contra a secretária de Justiça do governador Alckmin, que o acusou de desempenhar o papel de coiote.
O governador cogita também entrar com uma ação em nome do governo do Estado do Acre.
Em telefonema, Tião Viana conta que conversou com o prefeito Fernando Haddad, que desqualificou a declaração de um secretário que protestava contra a chegada de haitianos a São Paulo.
Tião Viana contou a história de um haitiano no Acre, ainda subjugado pela exploração de um coiote, que não conseguiu dinheiro suficiente para mandar para a família no Haiti e um dos seus cinco filhos morreu de subnutrição.
"A elite paulista não entende a dimensão humana desse problema", disse Tião Viana.
"Não há um único caso de violência de haitianos no Acre", concluiu Viana.
Clique aqui para ler "Haitianos, Gaspari, Viana e a higienização"
E aqui para "Aos Gasparis e Alckmins: haitianos agradecem a Tião Viana"
Nota oficial da CUT em solidariedade aos trabalhadores haitianos
28/04/2014
CUT exige respeito aos/às haitianos/as e exige que seja construída uma política que garanta os direitos e a proteção social aos/às trabalhadores/as migrantes e refugiados.
Escrito por: Vagner Freitas, Presidente e João Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é totalmente solidária aos/às trabalhadores/as haitianos/as que escolheram o Brasil para reconstruir suas vidas após uma série de tragédias ambientais, sociais e políticas que colocaram o povo haitiano em uma situação vulnerável.
Rechaçamos qualquer postura ou comportamento xenófobo contra os/as imigrantes haitianos/as em razão de sua condição étnica, social, econômica, política ou religiosa. Toda pessoa nasce portadora de direitos, portanto não existem pessoas ilegais apenas por não terem documentos. A atual situação reflete a desarticulação das várias esferas de governo no desenvolvimento de uma política que garanta os direitos e a proteção social aos/às trabalhadores/as migrantes e refugiados.
Há mais de cinco anos marchamos anualmente, junto com entidades e movimentos sociais de luta pelos direitos dos migrantes reivindicando uma política pública migratória que garanta a livre circulação e que não criminalize o imigrante. Nesse sentido, é fundamental alterar a atual Lei dos Estrangeiros, que é baseada na doutrina de segurança da ditadura militar brasileira, que classificava os estrangeiros como ameaça.
Para a CUT, a política de construção de abrigos para refugiados e imigrantes apenas em estados de fronteira é insuficiente. A CUT exige que os imigrantes recebam uma atenção digna, capaz de promover sua integração na sociedade brasileira. É urgente a organização de estruturas físicas e sociais adequadas à atual demanda, principalmente nas capitais e centros econômicos do Brasil onde estão a maioria das oportunidades de trabalho.
A CUT defende o trabalho decente e denuncia as práticas de trabalho precário ainda existentes em algumas cadeias produtivas que utilizam mão de obra de imigrantes indocumentados para baixar custos.
Para combater essas práticas ilegais, iniciamos a distribuição de uma cartilha que contém informações sobre a legislação brasileira, direitos dos imigrantes, locais para a expedição de documentos e incentivo a sua organização. A cartilha foi impressa em cinco idiomas.
A situação é grave e exige uma mobilização nacional das várias esferas de governo na implantação imediata de medidas e políticas que garantam a dignidade e o respeito aos/às haitianos/as recém chegados/as ao país.
Toda solidariedade aos/às imigrantes hatianos/as.