Lula lembra de Vargas, JK e Jango. O PiG não mudou
Em comício no Distrito Federal, o Presidente Lula comparou as críticas sofridas pelos governos do PT nos dias atuais às que eram feitas aos trabalhistas Getúlio Vargas e João Goulart, além de Juscelino Kubitschek em décadas passadas. Vargas suicidou-se em 1954 e Jango foi deposto por um golpe militar dez anos depois. "Acabei de ler a biografia do Vargas e fiquei abismado como a elite brasileira o tratava", disse nesta quinta (25) em Ceilândia (DF). "Depois eu li a do Jango. Eles falavam em 1963 o mesmo que hoje falam de nós. Se vocês pegarem a biografia do Juscelino Kubitschek, que não era nem um homem de esquerda, ele era liberal, e vocês leem o que se falava dele, é quase que a mesma coisa que falam da presidenta Dilma", prossegui o petista.
Lula se referia a parte da imprensa e ao que chama de “elite” do país. "Eles nunca aceitaram que um negro virasse doutor nesse país. A elite estudava, fazia pós (graduação) no exterior e o pobre não tinha oportunidade de estudar. Nós em apenas 12 anos, fizemos com que mais de três milhões de pessoas entrassem na universidade", exaltou o Presidente.
O Presidente fez um paralelo entre a resistência da grande imprensa aos feitos das gestões petistas e a atual disputa eleitoral, em que Dilma Rousseff disputa a reeleição. "Nós não podemos brincar, porque se depender da imprensa, perderemos (a eleição). A imprensa é o maior partido de oposição desse país", disse ao lado do candidato ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). E continuou: “Ontem vi a presidenta Dilma na ONU e fiquei orgulhoso, porque finalmente tiramos o Brasil do mapa da fome no mundo. Vejo a manchete nos jornais dizer que ela foi fazer política, campanha. Se o Brasil que eles descrevem todos os dias na imprensa fosse verdade, já tinha acabado”.
"Quando estava na presidência, eu tomei uma decisão de não assistir, nem ler os jornais. Resolvi andar pelo Brasil e conversar com as pessoas. Eles diziam que eu fazia comício. Eu estava era falando com meu povo", lembrou Lula.
Dilma x Marina
Lula voltou a justificar a escolha de Dilma, e não a de Marina, como candidata a substituí-lo na Presidência. “Me disseram que a Marina chorou, que ela me ama. Eu também a amo, mas ser presidente não é um caso de amor, senão eu escolhia a Marisa (sua mulher) para ser presidente. Quando escolhi a Dilma para ser candidata, eu não escolhi apenas uma amiga. Na hora de escolher alguém, a gente não escolhe por amizade, a gente escolhe por competência", discursou.
"Temos uma presidenta que afirmou: 'não espere que eu jogue no colo do trabalhador essa crise'", citou ao falar dos adversários da Presidenta na campanha eleitoral. "Tem outro candidato que fala em choque de gestão. Primeiro que ninguém aqui gosta de choque. Choque de gestão é cortar empregos e salários, é a corda arrebentar para o lado do trabalhador" , ressaltou.
Denuncias de corrupção
Na avaliação do Presidente, há uma diferença no tratamento dado ao tema pelo PT em relação a outros partidos. “Em família grande como o PT tem gente que comete abusos e tem que pagar. É que nem a família da gente. No tempo deles, eles jogavam a corrupção pra baixo do tapete e a Dilma tirou o tapete da sala” concluiu Lula para cerca de 20 mil pessoas, segundo estimativa dos organizadores do evento.