A dolce vita do menino Rio
Coisa feia, Governador !
publicado
23/10/2014
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Extraído de e-mail de amiga navegante baiana que detesta o carnaval em Amaralina:
JOYCE PASCOWITCH
Quem acontece
Dolce vita
Em tempos de recesso em Brasília, algumas figuras políticas resolveram cair na festa. O governador de Minas Gerais - sempre ele -, Aécio Neves ( … ), foi o que mais ferveu: habitué de todas as festas do eixo Rio-SP e dos camarotes estrelados de Salvador, ele curtiu praia em Amaralina ao lado de amigos e da namorada, Michele Pinho - e só desafinou quando quis intimidar uma fotógrafa fazendo brincadeiras indelicadas. Coisa feia, governador!
(...)
E a dolce vita do menino do Rio ?
Menino do Rio
Restaurantes, noitadas e belas mulheres. Isso explica a paixão do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, pela capital do Estado vizinho
Uma sexta-feira a cada duas semanas, o vôo noturno de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro costuma ter um passageiro especial. De jeans e camisa social, discreto, ele desembarca, pega um táxi e segue para Ipanema, onde tem um apartamento de cobertura. É assim que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, chega à cidade: sem as prerrogativas do cargo, como carro e seguranças. No Rio, a não ser em ocasiões oficiais, Aécio quer ser um cidadão comum. Visita a mãe e a filha, freqüenta restaurantes e shows com os amigos, caminha na praia e tem como norma não falar de política. Aécio sempre comenta que nunca foi assaltado na cidade, cada vez mais violenta. Só em São Paulo, por uma dupla de motoqueiros. Fala do Rio com orgulho, como um indício de que vive um caso de amor eterno com a cidade. Em terras cariocas, o governador mineiro passa cerca de 50 dias por ano. “Existem brasileiros de dois tipos: os que amam e os que não conhecem o Rio”, diz Aécio.
A declaração não é mero confete, testemunham inúmeros amigos do governador. “Politicamente, Aécio é mineiro, mas sua alma é carioca”, afirma a atriz Maitê Proença. “Ele é um apaixonado pela pluralidade, pela leveza e pelo senso de humor que temos aqui no Rio.” Desde os anos 80, quando participaram da campanha pela volta das eleições diretas para a Presidência da República, Maitê é amiga do governador. No passado, os dois teriam tido um rápido caso amoroso. A justificativa oficial para as freqüentes visitas de Aécio ao Rio é a filha Gabriela, de 17 anos, que mora na cidade com a mãe, Andréa Falcão. Mas as belas mulheres, como Maitê, são uma atração extra para o jovem governador, de 47 anos, solteiro e com fama de namorador. É no Rio que Aécio, distante da modorrenta rotina oficial em Belo Horizonte, badala e aproveita a vida com energia – de preferência na companhia de jovens bonitas.
Em sua agenda carioca sempre carregada, Aécio é eclético (leia o mapa ao lado). Costuma tomar chope em bares tradicionais, como o Bracarense, no Leblon, jantar em restaurantes sofisticados, como o Gero, do empresário Alexandre Acioly, um de seus melhores amigos, e freqüentar as noites de samba do Rio Scenarium, casa de shows da Lapa, bairro boêmio do Rio. “Ele bebe a noite toda, mas nunca fez feio”, diz Plínio Fróes, o dono do Rio Scenarium. De lá, Aécio algumas vezes só sai na manhã seguinte. O petisco preferido do governador é beiju de queijo coalho: enroladinhos de farinha de tapioca com queijo coalho ralado. No Aprazível, restaurante do bairro de Santa Tereza, onde Aécio tem mesa cativa e costuma aparecer quase sempre em companhias femininas, ele pede medalhão ao vinho do Porto com batata gratinada, espinafre e banana, seu prato preferido. Para acompanhar, vinho ou cachaça. “Ele sempre chega muito tarde e sai muito tarde”, diz Ana Castilho, dona do lugar.
Outra escala de Aécio é Angra dos Reis, balneário a 157 quilômetros do Rio, muito freqüentado pelos milionários brasileiros. Lá, o amigo Acioly tem uma propriedade de 14.000 metros quadrados, onde Aécio costuma se hospedar e animar os amigos com interpretações de seu repertório musical. Seu “hino” é a canção “Tocando em Frente”, de Renato Teixeira. Ele quase sempre se emociona ao cantar, com voz afinada e olhos fechados, os versos da música: Ando devagar/porque já tive pressa/e levo esse sorriso/porque já chorei demais. Hoje me sinto mais forte/mais feliz quem sabe/Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei/ eu nada sei.
Angra foi também o último lugar em que Aécio foi visto na companhia da Miss Brasil, a mineira Natália Guimarães, de 22 anos. Natália seria a mais recente conquista de um vasto currículo amoroso. Desde que virou governador, em 2002, Aécio já trocou beijos com a atriz Ana Paula Arósio e “ficou” com a apresentadora de TV Lívia Lemos e com a modelo Michele Pinho, entre outros casos. São, em geral, pequenos flertes, de curta duração e pouco compromisso.
Sob o ângulo do marketing político, a união entre o jovem governador, com aspirações presidenciais, e a belíssima miss, alçada à celebridade, seria um enlace perfeito, com um toque de anos dourados de Juscelino Kubitschek (o último mineiro a governar o país). Mas tanto a miss quanto Aécio, em público, negam o namoro. Em Belo Horizonte, atribui-se a Andréa Neves, irmã do governador, chefe do Serviço Social do Estado de Minas e uma de suas principais conselheiras políticas, uma pressão para que Aécio diminua a intensidade de sua vida boêmia. Em janeiro de 2007, Aécio chegou a reatar com a ex-mulher Andréa Falcão, de 40 anos, de quem estava separado desde 1998. Mas a tentativa de reconciliação não durou muito. Segundo amigos, um dos motivos foi a dificuldade de Aécio de se acostumar às restrições impostas pelo casamento e abandonar as delícias da vida de solteiro no Rio, a que ele está acostumado desde a juventude.
Aécio foi um autêntico menino do Rio. Ele se mudou para a cidade aos 11 anos de idade, para acompanhar os pais, o deputado federal Aécio Cunha, e a mãe, Maria Inês, filha mais velha de Tancredo Neves. Na adolescência, foi surfista. Estudou em colégios da elite carioca e depois entrou s no curso de Engenharia da PUC do Rio, no qual ficou três anos. Aos 22 anos, ele voltou para Belo Horizonte para se formar em Economia pela PUC mineira e virar assessor do avô. Tancredo Neves morreria em 1985, antes de tomar posse como presidente da República. Aécio se tornou seu herdeiro político. “É preciso acabar com essa idéia de que quem tem um cargo público precisa ter um tipo de comportamento”, diz Aécio. “Continuo sendo o mesmo de antes de entrar na vida pública, e isso é uma virtude minha.”
No poder, Aécio faz questão de se manter fiel aos parceiros das noitadas cariocas. No fim de 2006, pipocaram notas na imprensa com supostas notícias de que ele se afastaria do grupo de amigos do Rio para evitar prejuízos à imagem de possível candidato à Presidência da República. No mesmo dia, Aécio mandou um e-mail a dois deles: Acioly e o empresário Luiz André Calainho, de 38 anos. Na mensagem, disse que a amizade era mais importante que a política. Em 2001, quando era presidente da Câmara dos Deputados e assumiu temporariamente a Presidência da República durante uma viagem de Fernando Henrique Cardoso, convidou Acioly a visitá-lo no Palácio do Planalto. “Quando ele abriu a porta, fiquei sem jeito, fiz cerimônia. Ele era o presidente, né?”, diz Acioly. “Mas ele me abraçou, deu uns tapinhas no meu rosto e disse: ‘Qual é cara, é o Aécio, não está vendo?’.”
Um dos chavões da política diz que um político, para ter sucesso, precisa ser bem casado. Aécio trata de ignorar solenemente essas regras. Há alguns anos, o publicitário Nizan Guanaes, marqueteiro das duas eleições de FHC, foi perguntado sobre as chances presidenciais de Aécio Neves. “Ele tem o charme do JK e o jogo de cintura do Tancredo. Só faltam uns fios de cabelo branco e uma primeira-dama para ele assentar”, afirmou Nizan, que também já assessorou Aécio. Ao ouvir o conselho, o governador mineiro teria reagido às gargalhadas: “O cabelo branco até dá para arranjar. Mas casar?! Prefiro apoiar o Serra (José Serra, governador de São Paulo e adversário interno no PSDB na disputa da candidatura presidencial)”, disse.
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