Mino está perplexo com Dilma
Em evento de Carta Capital, que premia as empresas mais admiradas do Brasil, o diretor da revista, Mino Carta, apontou os motivos que levaram a publicação a apoiar a reeleição da Presidenta Dilma Rousseff, embora tenha lamentado a ausência da petista, que foi representada pelo vice Michel Temer (PMDB).
"A ausência (de Dilma) causa perplexidade. Essa revista apoiou, claramente, a reeleição de Dilma Rousseff. Apoio para ganhar a certeza de que a política de inclusão social teria continuidade", disse Mino nesta segunda-feira (10), na festa que também celebrou os 20 anos do veículo.
O jornalista lembrou de casos como a compra de votos da reeleição no governo Fernando Henrique Cardoso e das operações Chacal e Satiagraha, da Polícia Federal, para justificar o voto em Dilma.
"Gostaríamos de ganhar outras certezas, de que todas as denúncias serão investigadas para que os culpados sejam punidos. Acreditamos ou queremos acreditar que a Petrobras não será privatizada e que o pré-sal não será loteado", opinou.
Mino alertou para os desafios do segundo mandato da Presidenta ao comentar a área econômica. "Precisamos ouvir com urgência a lição do professor Delfim Netto para sair dessa situação que nos encontramos, claramente complicada. O Brasil não tem outras alternativas a não ser 'crescer ou crescer'".
Para isso, o jornalista sugeriu aos empresários presentes no evento que "tapem os ouvidos ao rentismo", em alusão à travessia de Ulisses, herói da mitologia grega, pelo mar das sereias.
O fundador de Carta também falou sobre sua carreira ao revelar a possibilidade de se afastar do jornalismo. "Sou jornalista e nada além disso. Um jornalista que jamais vendeu a alma. Sou inatacável. Minha honestidade me habilita a dizer que irei direito ao paraíso. Já como cidadão, sou anárquico gramsciano, 'pessimista na ideia e otimista na ação'", encerrou Mino para quem "o Brasil vale a pena".
Ausência de Dilma
O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou em seu discurso que a Presidenta Dilma teria ficado "irritada" com os organizadores de sua viagem à Austrália para participar da cúpula do G20 nos dia 15 e 16 de novembro e impossibilitou-a de estar no evento.
Temer enalteceu o "diálogo" pregado por Dilma após ser reeleita e garantiu não haver ambiente tenso passada a eleição. "O dono do poder é o povo. Nas democracias, a oposição existe para ajudar a governar e para criticar. Vivemos um clima institucional de tranquilidade", disse, antes de elogiar a comemoração e as palavras de Mino: "Foi um discurso com alma".
Prêmios
A solenidade premiou as dez empresas mais admiradas do país, as 40 mais admiradas divididas por categorias e os principais líderes.
Alisson Matos e João de Andrade Neto, editores do Conversa Afiada
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E acesse a página completa do evento: http://www.cartacapital.com.br/mais-admiradas