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O Conversa Afiada apoia a Kátia

O MST tem que empurrar a Dilma e o agro-negócio contra a parede, sim !​
publicado 23/11/2014
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Não serve pra nada, mas a senadora Kátia Abreu teria o apoio do Conversa Afiada se indicada fosse para o Ministério da Agricultura.

De novo, neste domingo (23/11) de falta d'água em São Paulo, o ansioso blogueiro discorda de Janio de Freitas que está certo 99,99% das vezes.

De cada quatro alimentos consumidos no mundo, um é brasileiro.

O agro-negócio é responsável por 45% das exportações brasileiras.

A safra de 2015 será espetacular !

Quase 200 milhões de toneladas de grãos.

Em doze anos – no Governo dos petistas – o agro-negócio DOBROU de tamanho !

O Brasil é o maior exportador do mundo de açúcar, suco de laranja, café, carne de boi, carne de frango e soja !

SOJA !

Na metade do século passado, o Brasil era o país do que Oswald de Andrade chamava de “país da sobremesa”.

Só produzia café, açúcar, mandioca e banana.

Naquela altura, na média, a família brasileira gastava 50% de sua renda para comprar comida.

Hoje, gasta, na média, 20%.

E come comida com mais proteína, calorias, higiene.

(Esses dados são extraídos de uma conferência-aula-magna a que o ansioso blogueiro assistiu, em Cuiabá, do grande brasileiro Alysson Paulinelli, que fez da Embrapa a NASA do Brasil !)

(Clique aqui para ler sobre “o nacionalismo: quem vai empunhar essa bandeira ?”.)

O agro-negócio merece um Ministro da Agricultura forte.

Representativo !

Que não destile o ódio que se percebe nas contrações verbais de Ronaldo Caiado e que, muitas vezes, Kátia emulou.

Contra o MST, Kátia e Caiado se equivalem.

E isso é um erro.

O MST tem um papel fundamental, que é empurrar o Governo, as instituições e os fazendeiros contra a parede para enfrentar o problema dos sem-terra.

Numa Democracia, esse confronto pode se travar, com tensão, e com avanços.

O agro-negócio e o MST tem que conviver.

E, no passado, Kátia não agia de forma a permitir que isso acontecesse, nos moldes da civilidade.

No Ministério da Presidenta Dilma – porque foi ela, a Dilma quem ganhou e, não, o agro-negócio … - Kátia, certamente, estará à altura das novas e complexas responsabilidades.

E poderá colaborar com a Dilma para conter e ultrapassar, politicamente, os blablarínicos do IBAMA, que servem mais aos interesses não-brasileiros que aos interesses brasileiros.

(Clique aqui para ler “onde o Brasil é mais verde que amarelo”. Aqui para ler sobre o terminal inter-modal de Rondonópolis, aqui para ler sobre a BR-163, aqui para ler sobre Sinop e a melhor agricultura do mundo e aqui para ler sobre o papel estratégico de Lucas do Rio Verde.)


Paulo Henrique Amorim


Em tempo: a propósito, o Conversa Afiada reproduz nota do MST, enviada pelo amigo navegante Igor Felippe:


MST ocupa fazenda de milho transgênico no Rio Grande do Sul



22 de novembro de 2014


Da Página do MST


Na manhã deste sábado (22), cerca de 2 mil jovens dos movimentos sociais do campo ocuparam a Fazenda Pompilho, com 2 mil hacteres de cultivo de milho transgênico à beira da BR 158, que liga a cidade de Palmeira das Missões à região oeste de Santa Catarina.


Essa é a primeira manifestação depois que foi divulgado que a ruralista Katia Abreu será a nova ministra da Agricultura no governo Dilma.


Para Raul Amorim, da coordenação do coletivo de juventude do MST, com esta ocupação a juventude denuncia Katia Abreu pelo vínculo com o agronegócio, que é um modelo explorador que não serve para o campo brasileiro.


“Katia Abreu é símbolo do agronegócio, que tem como lógica a terra para produção de mercadorias, com uso intensivo de agrotóxicos e sementes transgênicas destruindo os recursos naturais e a saúde dos trabalhadores e de toda a população. Além disso, empresas estrangeiras passam a controlar o território brasileiro, por meio da associação com os latifúndios improdutivos, e se apropriando de terras que deveriam ser destinadas à Reforma Agrária. Não produzem alimentos para o povo brasileiro. Deterioram o ambiente com o uso da monocultura, como de soja, eucalipto, cana-de-açúcar e pecuária intensiva”, afirmou Amorim.


O objetivo da ocupação é denunciar o agronegócio que envenena a terra e contamina a produção dos alimentos e a água (dos rios, lagos, chuvas e os lençóis freáticos) que a população brasileira consome. O veneno está na mesa do brasileiro. O consumo de alimentos transgênicos causam inúmeras doenças como o câncer, depressão, doenças de pele, contaminação do leite materno, e etc.


Além disso o agronegócio é um dos grandes responsáveis por retirar violentamente camponeses, indígenas e povos originários do meio rural para garantir seu plantio em larga escala para a exportação.


O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2009. Mais de um bilhão de litros de venenos foram jogados nas lavouras, de acordo com dados oficiais. Por isso a ocupação tem o caráter de denuncia, mas também de luta por um novo modelo de agricultura.


Segundo Catiane Cinelli, da direção nacional do Movimento de Mulheres Camponesas, “ao ocupar esta área a juventude do campo e da cidade diz para a sociedade que é preciso repensarmos o modelo de produção que está hegemonicamente colocado pra nós hoje. O que nós propomos é uma agricultura que tenha como base a agroecologia, a produção de alimentos saudáveis, onde a natureza e os seres humanos sejam respeitados e valorizados.”


Organizada pela juventude da Via Campesina e demais organizações ligados ao campo e agricultura familiar, a movimentação para o ato se iniciou antes do raiar do sol com o soar da batucada e a concentração dos jovens que saíram em Marcha rumo ao local.


A ação faz parte do 14º Acampamento Latino-Americano da Juventude da CLOC-Via Campesina, que pela primeira vez está sendo realizado no Brasil e reúne jovens de 18 países.