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"Marta não contribui com acusações irresponsáveis"

Juca Ferreira: "Não se ataca a honra de uma pessoa íntegra que tem 47 anos de vida pública sem um deslize sequer"
publicado 31/01/2015
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O Conversa Afiada reproduz trecho da entrevista do ministro da Cultura, Juca Ferreira, à Revista IstoÉ:


Juca Ferreira



"Marta Suplicy é uma irresponsável"

Alvo de ataques da ex-ministra da Cultura, o sociólogo baiano reassume a pasta decidido a aumentar o seu orçamento, que considera esquálido, reformar as leis de direitos autorais e investir em arte popular e na geração digital


Istoé - Nos documentos que a senadora Marta Suplicy enviou à Controladoria-Geral da União, apontam-se irregularidades em licitações da Cinemateca Brasileira durante a sua primeira passagem à frente do MinC. Qual é a sua defesa?


Juca Ferreira -Não se ataca a honra de uma pessoa íntegra que tem 47 anos de vida pública sem um deslize sequer. Sinto-me agredido. Ela tem todo o direito de desistir do partido no qual ela milita e sair para o debate, mas em sua desistência não pode bulir com a honra alheia.

Istoé -Mas em relação às acusações em si, o que o sr. diz?

Juca Ferreira -O processo enviado À CGU nos acusa por exemplo de comprar a obra de Glauber Rocha sem licitação. Queria conhecer uma cinemateca no mundo que se furtasse a adquirir, para preservar e disponibilizar para o público, os filmes de seu maior cineasta. Gastamos R$ 3 milhões neste tesouro. É muito menos do que custa produzir muitas dessas comédias que estamos fazendo hoje no Brasil. Não existem outros Glaubers Rochas para que pudéssemos fazer essa licitação a que a senadora se refere. Proponho um exercício: experimentemos, só para que possamos ter dados de comparação, a venda da obra de Glauber para outras cinematecas do mundo para saber quanto pagariam. A CGU ainda está em processo de investigação e em breve ficará claro que não houve nem há nenhum dolo na gestão da Cinemateca. Coloco minha mão no fogo por todas as pessoas da equipe envolvidas nas acusações.

Istoé -O sr. contesta mais algum ponto do documento enviado pela senadora à CGU?

Juca Ferreira
-O “Canal 100”, um marco do filme reportagem, que tem uma linguagem de cobertura do futebol de importância histórica reconhecida, é também questionado ali pela falta de licitação na sua aquisição pela Cinemateca. Que uma pessoa ligada a um órgão de proteção do Estado questione uma aquisição do tipo é kafkiano, mas compreende-se. Agora, que uma ministra da Cultura respalde isso para atacar outra pessoa, eu acho um escândalo. O resto a CGU vai mostrar que são ajustes de procedimento. Não se contribui para elevar o nível da política pública brasileira com acusações infundadas. Marta Suplicy é uma irresponsável.



Em tempo: Juca desmente IstoÉ:


Nota de esclarecimento



A mais recente edição da IstoÉ (n. 2357) traz uma longa entrevista com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, na qual estão inseridas algumas palavras não ditas pelo ministro na conversa que teve com a jornalista da revista, no dia 23/01.

Uma das frases publicadas resultou no título da entrevista e criou uma afirmação inverídica do ministro em relação à sua antecessora no ministério. Fiel ao seu princípio de discutir ideais e não pessoas, em nenhum momento da entrevista o ministro Juca Ferreira adjetivou a pessoa da ex-ministra.

A revista publicou o seguinte trecho em resposta à terceira pergunta:

"O 'Canal 100', um marco do filme reportagem, que tem uma linguagem de cobertura do futebol de importância histórica reconhecida, é também questionado ali pela falta de licitação na sua aquisição pela Cinemateca. Que uma pessoa ligada a um órgão de proteção do Estado questione uma aquisição do tipo é kafkiano, mas compreende-se. Agora, que uma ministra da Cultura respalde isso para atacar outra pessoa, eu acho um escândalo. O resto a CGU vai mostrar que são ajustes de procedimento. Não se contribui para elevar o nível da política pública brasileira com acusações infundadas. Marta Suplicy é uma irresponsável."

Na verdade, no encerramento da fala original, conforme registrado na gravação da entrevista, o ministro diz o seguinte:

"... É isso, então, quer dizer, não se contribui para elevar o nível da política brasileira e do ambiente público com acusações irresponsáveis."



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