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Amorim analisa o acordo EUA/Irã

Um acordo baseado na confiança, não é Hillary ? - PHA
publicado 04/04/2015
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O ansioso blogueiro manteve nessa manhã de sábado (4/4) conversa por telefone com o grande chanceler Celso Amorim, co-autor da “Declaração de Teerã”, com o Presidente Lula e a Turquia.

(Clique aqui para ler “Celso Amorim e a diplomacia altiva” )

Ali, em maio de 2010, o Irã se comprometeu a submeter seu programa nuclear a restrições e controles muito semelhantes aos que o Presidente Obama, em carta e pessoalmente, tinha dito ao Presidente Lula que eram indispensáveis.

O ansioso blogueiro reproduz agora – de forma não literal – as observações telefônicas de Celso Amorim sobre o acordo que os Estados e o Irã, celebraram, nessa sexta-feira:

- é preciso, primeiro, ver exatamente os números envolvidos, sobretudo a quantidade de urânio que o Irã poderá reter;

- ao comparar esse acordo com a “Resolução de Teerã” é importante observar que são de natureza diferente: o acordo de ontem é uma barganha entre as sanções – que a Resolução evitaria – e os compromissos assumidos pelo Irã;

- basicamente houve perda de tempo – cinco anos;

-  cinco anos de privações do povo iraniano;

- cinco anos de imobilismo diplomático: será que o problema do ISIS não poderia ter sido enfrentado, mais cedo, com a ajuda do Irã ?

- fazer uma bomba, ao lado de Israel, seria uma tentativa de suicídio do Irã;

- o Irã, no máximo, pode ter o poder “deterrent”, o poder de deter, de impedir;

- a Síria não se resolve sem o Irã;

- no Irã, o acordo parece muito popular;

- nos Estados Unidos, embora o Congresso tenha que votar o cancelamento de algumas sancões, estou otimista;

- Obama foi corajoso;

- se ele recuou da Resolução de Teerã, talvez tenha sido por causa da reeleição;

- agora, não, ele deve estar preocupado com o seu legado, sua biografia;

- e nesse ponto, ela tem dois pontos relevantes: Cuba e o Irã;

- nisso, a politica externa americana fica parecida com a brasileira;

- com exceção do que fez agora com a Venezuela, porque se tem uma coisa que a Venezuela não é … é uma ameaça aos Estados Unidos;

- é possível que Obama tenha feito um acordo com o Irã sobre as etapas do cancelamento das sanções, exatamente por causa da negociação com o Congresso;

- mas, estou otimista.

- a Resolução de Teerã demonstrou que era possível chegar a um acordo.

- eu estava no aeroporto de Nova York, ante-ontem, e vi naqueles letrinhas embaixo da imagem, na CNN, uma frase interessante: que essa acordo foi baseado na “confiança”;

- e a Hillary me dizia que não se podia confiar no Irã …

Paulo Henrique Amorim