Amorim analisa o acordo EUA/Irã
O ansioso blogueiro manteve nessa manhã de sábado (4/4) conversa por telefone com o grande chanceler Celso Amorim, co-autor da “Declaração de Teerã”, com o Presidente Lula e a Turquia.
(Clique aqui para ler “Celso Amorim e a diplomacia altiva” )
Ali, em maio de 2010, o Irã se comprometeu a submeter seu programa nuclear a restrições e controles muito semelhantes aos que o Presidente Obama, em carta e pessoalmente, tinha dito ao Presidente Lula que eram indispensáveis.
O ansioso blogueiro reproduz agora – de forma não literal – as observações telefônicas de Celso Amorim sobre o acordo que os Estados e o Irã, celebraram, nessa sexta-feira:
- é preciso, primeiro, ver exatamente os números envolvidos, sobretudo a quantidade de urânio que o Irã poderá reter;
- ao comparar esse acordo com a “Resolução de Teerã” é importante observar que são de natureza diferente: o acordo de ontem é uma barganha entre as sanções – que a Resolução evitaria – e os compromissos assumidos pelo Irã;
- basicamente houve perda de tempo – cinco anos;
- cinco anos de privações do povo iraniano;
- cinco anos de imobilismo diplomático: será que o problema do ISIS não poderia ter sido enfrentado, mais cedo, com a ajuda do Irã ?
- fazer uma bomba, ao lado de Israel, seria uma tentativa de suicídio do Irã;
- o Irã, no máximo, pode ter o poder “deterrent”, o poder de deter, de impedir;
- a Síria não se resolve sem o Irã;
- no Irã, o acordo parece muito popular;
- nos Estados Unidos, embora o Congresso tenha que votar o cancelamento de algumas sancões, estou otimista;
- Obama foi corajoso;
- se ele recuou da Resolução de Teerã, talvez tenha sido por causa da reeleição;
- agora, não, ele deve estar preocupado com o seu legado, sua biografia;
- e nesse ponto, ela tem dois pontos relevantes: Cuba e o Irã;
- nisso, a politica externa americana fica parecida com a brasileira;
- com exceção do que fez agora com a Venezuela, porque se tem uma coisa que a Venezuela não é … é uma ameaça aos Estados Unidos;
- é possível que Obama tenha feito um acordo com o Irã sobre as etapas do cancelamento das sanções, exatamente por causa da negociação com o Congresso;
- mas, estou otimista.
- a Resolução de Teerã demonstrou que era possível chegar a um acordo.
- eu estava no aeroporto de Nova York, ante-ontem, e vi naqueles letrinhas embaixo da imagem, na CNN, uma frase interessante: que essa acordo foi baseado na “confiança”;
- e a Hillary me dizia que não se podia confiar no Irã …
Paulo Henrique Amorim