Deputado quer ressuscitar a Castelo de Areia
O Conversa Afiada reproduz o release que recebeu:
O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) deu entrada nesta terça-feira (7) a três requerimentos na CPI da Petrobrás - os requerimentos 604, 605 e 606 - que buscam aprofundar as investigações da Operação Castelo de Areia, realizada pela Polícia Federal em 2009 e que teve como foco a ação de empreiteiras em esquema de cartel, corrupção e pagamento de propinas a agentes públicos, políticos e partidos.
O foco da PF na Castelo de Areia foi a construtora Camargo Corrêa, também envolvida na Lava Jato, que investiga esquema similar de corrupção na Petrobras.
Os requerimentos solicitam a cópia de documentos e de convocação de envolvidos.
“O ex-diretor Paulo Roberto Costa e executivos de empreiteiras disseram em delação que havia esquema idêntico ao da Petrobras em outras obras pelo país. O Metrô de São Paulo e o de Salvador são casos que devem ser investigados para entendermos como este esquema se estruturou.
É indispensável compreender em que sentido operou o cartel historicamente: se transpôs para dentro da Petrobras um esquema que já funcionava em outras obras; ou o contrário, se o “Clube das Empreiteiras” se estabeleceu dentro da Petrobras e, então, começou a combinar preços e a pagar propinas em contratos fora da estatal, com prefeituras, estados e União”, destaca o deputado.
Na semana passada, o presidente da Camargo Correa, Dalton Avancini, disse em delação ter pago propina na obra da Ferrovia Norte-Sul.
O próprio Avancini já foi preso em 2010 por fraudes em contratos com a empresa de abastecimento de água de São Paulo, a Sabesp.
Ele era o responsável da Camargo Correa no consórcio que fraudou o metrô de São Paulo, no esquema que ficou conhecido como propinoduto tucano - ou “trensalao” - e envolve contratos que somam R$ 40 bilhões.
Além de cobrar a aprovação da convocação de Avancini – já há requerimentos com este objeto em tramitação na CPI – Solla requereu a oitiva dos ex-diretores da Camargo Correa Pietro Francesco Giavina Bianchi e Saulo Thadeu Vasconcelos.
Na casa de Bianchi a PF apreendeu, durante a Castelo de Areia, tabelas e planilhas com nomes de instituições, obras, partidos políticos e deputados, relacionados a valores respectivos em dólares e reais.
Com Bianchi também foi apreendido um contrato de gaveta que indicava a formação de cartel e consórcio oculto na obra do Metrô de Salvador, que envolveria as empresas Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Constram e Alstom.
Já Saulo Thadeu Vasconcelos é o responsável pelo metrô de Salvador.
Ambos respondem processos na Justiça Federal por crime de evasão de divisas e crime contra o sistema financeiro.
Quanto ao propinoduto tucano, o trensalão, como se sabe, flagrou a alta cúpula do PSDB de São Paulo, que controla a donataria de São Paulo desde Franco Montoro.
(Não menosprezar, aí, a edificante colaboração do governador Padim Pade Cerra, o místico da Móoca - ver no ABC do C Af)
(Sobre a sorveteria da filha dele, Cerra, não perder a TV Afiadíssima!)
Com relação ao metrô de Salvador, destaca-se a ínclita figura de Antonio Imbassahy, carlista de segunda hora e, hoje, um dos mais agressivos opositores ao Governo Dilma.
Tem a autoridade moral de um Catão dos Pinhais (no ABC do C Af), de um Príncipe da Privataria, de um Machão do Leblão, construtor de aeroportos.)
Provisoriamente, a Castelo de Areia foi sepultada no Supremo pelo sereno Ministro Barroso, que referendou a teoria da “maçã podre”, a que contamina o lote inteiro.
Muito interessante a teoria.
Para prender pedófilo e traficante, o disque-denúncia, a denúncia anônima, vale.
Para prender tucano gordo, não vale: é maçã podre.
Mesmo que outras provas o destemido Juiz Fausto De Sanctis tenha arrolado e que corroborassem o que constava da denuncia original.
Mas, a CPI da Petrobras terá a possibilidade de rever os critérios de plantio desse exclusivo pomar.
Em tempo: breve o destemido Ministro Fux terá a possibilidade histórica de proferir sua relatoria no RE 680967, que legitimará a Operação Satiagraha, outra prenhe de tucanos gordos .
Paulo Henrique Amorim