Quem vai dizer Basta ! ao Moro ?
“A prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, aproxima perigosamente os desvios de dinheiro da Petrobras das campanhas presidenciais petistas”.
Diz em sua colona (ver no ABC do C Af) no Globo, o Ataulfo Merval de Paiva (também no ABC), que vetou a indicação do professor Fachin ao Supremo.
Vaccari chegou à carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, como um bandido de alta periculosidade.
A foto da primeira página do Globo mostra um policial extraído dos momentos cruciais de “Velozes e Furiosos” - cara de mau, barba de roqueiro e uma arma de abater qualquer inimigo do Van Diesel.
Um show !
Um Oscar de dramaturgia, lembrou o Fernando Brito.
Baseado em que script ?
Nada !
Uma grafiqueta de sindicato, um pouco melhor que um mimeografo, virou o Fiat Elba.
O escândalo do Bancoop ?
Ainda não foi julgado !
Deve ser porque os delegados aecistas e os procuradores fanfarrões – o Silva é um espetáculo à parte – já perceberam que pelo financiamento de campanhas não condenam o Vaccari.
(O PSDB, como disse o Lula, levanta dinheiro em quermesse… Aos domingos, com freirinhas do Colégio Sion, às margens do lago de Furnas.)
Moro e Ataulfo, que fazem a Diferença, já têm pronta a sequencia.
Vaccari, Dirceu, Lula e Dilma.
Lula provavelmente vai em cana no Primeiro de Maio.
Dirceu já deveria ter o kit de sobrevivência pronto.
E a Dilma será devidamente encarcerada no Sete de Setembro !
Os advogados acreditam que há uma data importante a ser observada na tentativa de dizer basta ao atrabiliário do Moro.
É a segunda-feira 28, quando a Câmara do Supremo a que o Ministro Teori pertence deve julgar o Habeas Corpus de Ricardo Pessoa, empresario da UTC, que está preso desde quando Moro passou no exame de Ordem e o Procurador Lima começou a deixar crescer aquela barbicha de “Babilônia“.
Segundo a lei – que só não vale para Daniel Dantas, beneficiado, como se viu no jornal nacional, por dois HCs Canguru – um pedido de Habeas Corpus tem que passar por todas as instâncias, do Tribunal Regional ao STJ, para, depois, e só então subir ao Supremo.
No dia 28 o Supremo vai decidir.
E, aí, a depender do que decidir o Supremo, outros pedidos de HC podem ser feitos.
E começaria a se desmontar a engenharia Golpista de ativistas que se inspiram na dupla Moro-Ataulfo.
Mas, mas, não será por aí que se dirá um basta ao Napoleão de Curitiba, segundo a charge do Bessinha.
Como diz um brilhante advogado, “a lógica da mídia penetrou no Judiciário”.
A lógica da Globo, porque, no Brasil, “mídia” significa “Globo”, como, na Argentina, “mídia” significava “Clarín”.
Mas, aqui, o PT não se cansa de bernardizar os ministros (sic) da Comunicação, como foi bernardizado o Berzoini, agora oficialmente.
Portanto, segue o ilustre advogado, é muito difícil o Supremo dar um basta ao Moro !
Quem vai pra cima do Bonner ?
Do Ataulfo ?
Logo, não se dá um basta ao Moro na Justiça.
A Justiça brasileira foi capturada pela Globo !
Tão simples quanto isso.
(Vez por outra, um Quixote qualquer consegue mandar o Ali Kamel às favas, como fez a Queijo, recentemente, de forma brilhante !)
Quem poderia dar um basta ao Moro ?
Uma autoridade governamental, sitiada pelo Golpe do impeachment ?
Quem ?
O zé da Justiça ?
Seria cômico se não fosse trágico.
Um advogado do Dantas peitar o Moro !
Quá, quá, quá !
Logo ele, que acatou com incontido prazer as condenações no mensalão do PT (sim, porque o mensalão tucano se desfez, como as provas do Paulo Roberto Casta. Clique aqui para ler “Tucano na cadeia, só depois de morto”).
Quem do Governo vai enfrentar o Moro ?
O Temer ?
O General Assis Oliva (ver no ABC do C Af) ?
De onde menos se espera – do Governo - dali mesmo é que não sai nada, diria o sábio Barão de Itararé.
Do Congresso ?
Que senador do PT daria um basta ao Moro ?
O Delcídio ?
A Marta ?
Só se for o Requião, que tem mais coragem que toda a bancada do PT junta.
O Moro é indestrutível ?
Vai prender a Dilma no 7 de Setembro ?
Não !
Porque a prisão do Vaccari ultrapassou os limites, frágeis, embalados em seda fina, chinesa, que ele mesmo se tinha fixado.
Era preciso ter um mínimo de legitimidade.
Com o Vaccari, a mulher do Vaccari e a cunhada do Vaccari, ele mergulhou de corpo inteiro no Ato Institucional número cinco !
Ele vestiu a farda do Coronel Ustra !
Ele decretou a prisão preventiva do Vaccari.
Serão 30 dias mais 30 dias.
Depois, ele mantém o Vaccari preso, porque é uma ameaça à ordem pública, mais do que o Eduardo Cunha !
E o Vaccari vai ficar ali, a definhar na masmorra curitibana, com o frio de maio, junho e julho, até confessar que foi o autor intelectual do atentado da rua Toneleros !
Moro deu um passo maior que as pernas.
Deixou rastro.
O rastro revelado pelo Ataulfo: Dirceu, Lula e Dilma !
E isso não fica sem reação.
Como não ficou sem reação a tentativa do Cunha de rasgar a CLT.
Como terá reação a brincadeira de impeachment do Machão do Leblão.
São gestos que rompem com violência a lógica da Legalidade.
Mesmo essa Legalidade de esparadrapo, a brasileira.
É uma ruptura grotesca.
Como acusar o Lulinha de ser dono da Friboi.
Só entra na cabeça de indigente da Avenida Paulista.
Mesmo o Golpe precisa ter uma lógica.
Uma lógica que se sustente ainda que em espaços institucionais amplos, flexíveis, inseguros porque, como se sabe, isso que não é uma Democracia.
Mas, mesmo na Democracia diaraque, a Democracia do 171 do Procurador Lima, mitigada, mesmo nessa, como a nossa, não vale fazer gol com a mão.
E quando mandou prender o Vaccari como se fosse o Fernandinho Beira Mar o Moro fez gol com a mão.
Até a esculhambação tem limites.
Mesmo as festas do Don Giovanni obedeciam a regras.
Mínimas.
Em tempo: quando prenderam e algemaram o Daniel Dantas, o Ministro Gilmar, autor da obra-prima dos dois Hcs Canguru, chamou de “espetacularização”. O Ministro Marco Aurélio, que nunca viu nada parecido com o que faz o Moro, logo baixou uma “súmula vinculante” para não permitir que presos como Dantas fossem submetidos a “espetacularização”. O que diriam os dois, agora, diante dessa foto na primeira pagina do Globo ? É assim mesmo... com preto, pobre, p... e petista ? Ou o Moro pode tudo ?
Paulo Henrique Amorim