Oposição não constrói. Destrói

A máquina de lama do PiG celebra a iminente prisão do Lula e o fim antecipado do Governo Dilma.

É uma ação combinada do PiG, do Tribunal Superior Eleitoral – onde Gilmar prepara uma cilada -, do Tribunal de Contas, o “tribunal” dos vingadores do PFL -, da inação do Supremo – que teria de reagir -, do Ministério Público do Distrito Federal, e desse conjunto desenfreado de Curitiba: a Vara de Guantánamo, os delegados aecistas que treinam tiro ao alvo na Dilma, e os procuradores fanfarrões, que se acham no direito de escrever uma Constituição própria.

Faz parte dessa ação demolidora a passividade subserviente do zé.

Até que alguém com a coragem do Ministro Dipp resolva jogar água nessa fogueira Golpista.

Nesse desmando falsamente legal do juiz Moro.

É a versão jabuticaba do Golpe do Judiciário, já testado no Paraguai, em Honduras e nos Estados Unidos, quando o ministro Scalia da Suprema Corte roubou a vitória de Gore, na Florida, para dar a Bush – II.

(Recentemente, o Gilmar americano, o Scalia, que, no entanto, dá de 10 a 0 na pretensa erudição germânica do Gilmar, o Scalia disse que não lê o New York Times nem o Washington Post para não se contaminar de esquerdismo. Podia dizer  bolivarianismo. O Scalia de Mato Grosso também diz que não lê a Carta Capital. Percebe-se.)

Esse é o papel da Oposição brasileira: destruir para dar o Gilmar dar o Golpe no Judiciário.

Já que o impítim não passou de uma galhofa a que nem o notável Dr Reale quis se submeter.

(Quem mandou o professor Gandra cair no canto da sereia do advogado do Fernando Henrique ?)

A Oposição vive momentos de orgasmo repetido e barulhento.

O Ataulpho Merval (ver no ABC do C Af) diz na colona (também no ABC) do Globo que, segunda o Datafalha, o PT acabou e o PSDB é o partido do coração dos brasileiros.

Quá, quá, quá !

A Urubóloga diz no mesmo Globo - o campeão absoluto do manchetômetro - que a Dilma só caiu no precipício da crise porque não ouviu os conselhos dela, Urubóloga.

Quá, quá, quá.

Como se sabe, a Urubóloga deve um apagão à Dilma, desde que era Ministra das Minas e Energia.

Mas, perguntaria o amigo navegante: que ideias tem a Oposição ?

Se destroem com tanta eficácia, o que constroem, ou o que pretendem construir no lugar, quando o PT fechar, o Lula for em cana e o PSDB eleger o Presidente com 95% dos votos na urna eletrônica do Datafalha ?

Trocar o PT, a Dilma e o Lula por que ?

Aí é que está o nó da questão.

A Oposição e seus instrumentos pigais não precisam propor nada.

É elementar o raciocínio – que o Príncipe da Privataria - expõe em cada uma das suas 679 entrevistas por semana.

Primeiro, a gente destrói.

Depois, chama qualquer um pra ver o que fazer.

Pode ser o Armínio Naufraga.

O André Haras Resende.

O Bacha.

O João Dória, quando voltar da gloriosa excursão da Copa América.

Não importa.

Qualquer um.

O que os “vitoriosos” vão fazer a gente já sabe o que é: entregar !

Entregar o submarino nuclear do almirante Zanella à Quarta Esquadra americana.

E o pré-sal à Chevron do Cerra.

Não é preciso propor nada.

Depois, em 48 horas, desmontar a obra do Lula-Dilma.

Só tem um problema.

Combinar com o eleitor.

Provar ao eleitor que ele está disposto a renunciar a dezesseis anos de inclusão social.

De Bolsa Família.

De Agricultura Familiar.

De filho na universidade.

Porque, a essa altura, o candidato do “lado de cá” também não precisará explicar muito o que vai fazer.

Basta dizer.

Você quer seguir adiante ou voltar pra trás ?

Quer ser dono do seu país ou entregar ?

Quer um Governo que não constrói universidades ?

Que vai três vezes ao FMI de pires na mão, entregar a Petrobras?

(No próximo livro, “O Quatro Poder”, o ansioso blogueiro mostrará o que o candidato Fernando Henrique prometeu ao FMI, antes de existir o Plano Real.)

Essa “matemática” eleitoral do Datafalha, realizada três anos antes da eleição, esbarra em outra.

Se …

Se …

Se o Eduardo Campos não morresse no jatinho sem dono, a Dilma ganharia no primeiro turno.

A Dilma teve duas semanas para enfrentar o campeão de votos de Claudio, no segundo turno.

Ela passou o primeiro turno a combater a bláblárínica do Itaúúú.

Em duas semanas, a Dilma virou o jogo e ganhou do campeão do Datafalha, que roda, roda, roda e fica no mesmo lugar.

Se a Veja e o Gilberto Freire com “ï” (ver no ABC do C Af) não tivessem feito a patranha da capa do Youssef – por falar nisso, quando a Presidenta vai processar a Veja ? - não fosse aquela patranha em cima da hora.

Mesmo com a patranha, a  Dilma ganhava, mesmo com o lamentável debate na sexta, na Globo, ainda assim a Dilma ganhava com uma diferença entre oito e dez pontos , como revelou o Fernando Haddad ao Conversa Afiada.

A Oposição e seus tambores - a Urubóloga e o Ataulpho, sem esquecer do campeão de anti-petismo, o dos chapéus - estão prematuramente embalados pelo vento morinho que vem de Curitiba.

Vamos ver que tempestade os ventos vão armar.

A notícia da morte do Lula e do PT é velha, do primeiro mandato do Lula.

E essa estratégia do sangramento, uma das jenialidades do Farol de Alexandria, deu no que deu: a reeleição do Lula e mais duas da Dilma.


Paulo Henrique Amorim