Defender o pré-sal! Dilma faz acordo com Putin
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Dilma diz que cúpula de Ufa consolida Brics e destaca parceria com a Rússia na área espacial
A presidenta Dilma Rousseff congratulou, nesta quarta-feira (8), o presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, pela organização da 7ª Cúpula dos Brics, afirmando que esse é um momento especial, quando Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul assinarão a conclusão do processo de ratificação do Tratado para o Estabelecimento de um Arranjo Contingente de Reservas dos Brics (CRA), que entrou em vigor na semana passada.
“Eu acho que esse é um momento especial nessa 7ª Cúpula, porque consolida-se o Grupo Brics”, disse a presidenta, durante reunião bilateral com Putin na cidade de Ufa, local do encontro e capital da República do Bascortostão.
Sobre a relação Brasil-Rússsia, Dilma destacou que a área de ciência e tecnologia, recordando que, em 2004, foi estabelecida uma parceria estratégica nesse setor entre o governo russo e o governo brasileiro, E que, desde então, esse tema tornou-se um dos elementos propulsores da parceria entre os dois países.
“Para nós, são prioridades importantes, na nossa relação bilateral, a adesão à missão Aster; a cooperação comercial e na área de parceria sobre lançamento de satélite”, enfatizou. A primeira Missão Brasileira de Espaço Profundo (Aster) é um projeto multi-institucional da Agência Espacial Brasileira (AEB). A presidenta acrescentou que o ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, está participando da visita à Rússia, buscando aproximar as áreas científicas brasileira e russa.
Dilma Rousseff acrescentou que Rússia e Brasil devem desenvolver o comércio bilateral, que tem potencial de crescimento. “Nós devemos continuar trabalhando para atingir a meta dos US$ 10 bilhões no fluxo do nosso comércio”.
E destacou que a área da infraestrutura brasileira representa uma grande oportunidade de investimento. “Nós temos também grande interesse em ampliar os nossos investimentos recíprocos. O Brasil tem agora uma oportunidade ímpar, com o seu plano de investimento em logística, de atrair empresas russas, que são grandes especialistas, tanto em portos como em ferrovias”.
A presidenta lamentou não ter ido à Rússia durante a comemoração dos 70 anos da vitória sobre os nazistas, celebrada em maio deste ano.
Em tempo:
Discurso da Presidenta Dilma:
VII CÚPULA DO BRICS – ENCONTRO COM O CONSELHO EMPRESARIAL
Ufá, 9 de julho
Neste momento de crise internacional, devemos reforçar o papel do BRICS no desenvolvimento global.
Para tanto, o comércio e os investimentos serão fundamentais. Os BRICS têm sido responsáveis por cercade 40% do crescimento mundial e a intensificação dos fluxos econômicos entre nós trará benefícios ainda maiores para a economia global.
Cientes de suas responsabilidades para favorecer o desenvolvimento sustentável e a estabilidade econômica internacional, os BRICS deram em Fortaleza, no ano passado, o grande passo de criar o Novo Banco de Desenvolvimento e o Arranjo Contingente de Reservas dos BRICS.
Nesta cúpula temos a satisfação de constatar que os Acordos constitutivos foram ratificados e as novas instituições estão prontas para funcionar.
Até 2020, os países em desenvolvimento precisarão de um volume de investimentos em infraestrutura de cerca de US$ 1 trilhão por ano. Atingir essa cifra não será tarefa simples: o IED mundial caiu quase 50% nos últimos 5 anos. Nesse cenário, o Novo Banco de Desenvolvimento terá um papel importante na intermediação de recursos para projetos de infraestrura e desenvolvimento sustentável, inicialmente em nossos países e posteriormente em outros países em desenvolvimento. Nossos Bancos Nacionais de Desenvolvimento também estão articulados e assinam aqui em Ufa um acordo de cooperação para promover sua interação com o Novo Banco de Desenvolvimento.
Mas é um setor empresarial dinâmico com o apoio dos bancos de investimento – como o novo bco de desenvolvimento dos brics, o Ei,ai, ai Bi, os nossos bcos de desenvolvimento, e as instituições multilateriais - que poderão criar uma dinâmica virtuosa no relacionamento econômico entre nós e aproveitar da melhor maneira esses instrumentos.
Senhores Presidentes das Seções Nacionais do Conselho Empresarial,
Esse Conselho é interlocutor ativo e complementa os esforços de nossos Governos na área empresarial.
Tive grande satisfação em receber seu Segundo Relatório Anual. Ele elenca prioridades para nossa cooperação, como agilização dos vistos de negócios; implementação da facilitação de comércio; cooperação regulatória; infraestrutura e investimentos; e cooperação industrial. Apresenta, igualmente, lista de mais de 40 projetos de interesse dos países dos BRICS, com ênfase nas áreas de indústria, energia, transporte, logística e tecnologias da comunicação e informação. Trata-se de um acervo importante de iniciativas que serão analisadas com toda a seriedade por nossos governos e, eventualmente, contarão com o apoio do Novo Banco de Desenvolvimento.
Senhoras e Senhores,
No Brasil, estamos fortalecendo nossas políticas macro e microeconômicas, para retomar o mais breve possível o crescimento sustentável da economia. Para estimular os investimentos, buscamos diminuir o risco regulatório e aumentar a transparência e a governança das relações entre empresas e governo.
Lançamos um plano ambicioso na área da infraestrutura de logística, o PIL, e estimulamos ampla presença de investidores dos países do BRICS, em setores como ferrovias, rodovias, portos e aeroportos.
Caros Presidentes do Conselho Empresarial,
Hoje adotaremos a “Estratégia para a Parceria Econômica do BRICS”, que organiza a nossa cooperação econômica e contribuirá para um ambiente de negócios favorável aos fluxos econômicos recíprocos.
Quero saudar, também, o lançamento do Portal de Negócios do BRICS, que ampliará o acesso às informações e oportunidades sobre comércio e investimentos entre nossos países.
Em Fortaleza, adotamos o Plano de Facilitação de Comércio e Investimentos, e estamos trabalhando para a simplificação de procedimentos, previsibilidade e harmonização de padrões técnicos.
Na área da tecnologia estamos promovendo iniciativas em recursos hídricos; tecnologia espacial; e energias renováveis e eficiência energética. Também devemos aprofundar a cooperação em pesquisa e desenvolvimento; parques industriais; nanobiotecnologia; e sistemas nacionais de inovação, entre outras.
Estou de acordo com o Conselho empresarial sobre a importância da Educação para o momento atual de nossos países. A educação garante dois ganhos econômicos e sociais básicos: a inclusão social permanente; e o salto qualitativo na nossa competitividade em direção à economia do conhecimento. Tendo adotado como lema para meu Governo o dístico “Brasil, pátria educadora”, não poderia estar mais de acordo com a cooperação entre os BRICS nesta área.
Senhoras e Senhores,O BRICS não reúne apenas os Governos dos países que o integram.
A crescente participação das empresas nesta nova fase da economia mundial, com ênfase em infraestrutura, conhecimento e novas tecnologias, será fundamental para a garantia do desenvolvimento sustentável.
Esses são objetivos que compartilhamos e pelos quais devemos trabalhar em conjunto.
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