A “imparcialidade” da Lava Jato tem um pequeno problema de timing
Por Fernando Brito, do Tijolaço - Durante anos, muitos anos, as suspeitas sobre os negócios de José Serra na obra do Rodoanel ficaram sempre na geladeira.
Muitos já nem se recordam que foi isso o que fez surgir, ainda nas eleições de 2010, a figura de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, aquele que não poderia ser “deixado à beira da estrada”.
Há contas no exterior abertas em 2003, há 17 anos e antes mesmo das obras questionadas.
Portanto, a esta altura, busca e apreensão de provas é algo que só produzirá resultados por algum milagre ou absoluta sensação de que jamais seria alcançado, mesmo depois do charivari promovido pela Lava Jato.
Politicamente, Serra já deixou de existir faz tempo. Aos 78 anos e com a saúde debilitada, pouco tem a influir na política, mesmo a paulista.
Impossível ,assim, dissociar a ação sobre o tucano senão como reação à situação difícil em que se encontram as forças tarefa do Ministério Público.
A “imparcialidade” da Lava Jato tem um pequeno problema de timing, não é?
É preciso esperar mais para falar das acusações que são apontadas na denúncia contra ele e a filha, e é impossível que isso não envolva mais gente.
É possível que nada vá avante, porque os episódios terem ocorrido em 2007 e Serra ter a idade avançada que tem, têm grande possibilidade de serem atingidos pela prescrição.