À PF, Weintraub chamou a China, maior parceira do Brasil, de ditadura genocida
O (ainda) ministro da Educação, Abraham Weintraub, atacou o governo da China em documento entregue à Polícia Federal nesta quinta-feira 4/VI, no inquérito que apura suposto crime de racismo. Segundo o ministro, as publicações questionadas na investigação eram críticas ao governo chinês, uma "ditadura comunista que despreza os princípios que regem uma democracia liberal", e não ao povo do País. A informação é do Estadão, que obteve acesso ao depoimento.
“Não é possível que se afirme que a postagem se dirigiu a um povo. […] O povo brasileiro tem representantes eleitos, que formalmente agem em seu nome. O povo chinês não tem nada parecido, infelizmente. O que quer que o PCC (Partido Comunista Chinês) faça não pode ser tido como expressão da vontade popular chinesa, uma ditadura comunista de partido único que despreza os princípios que regem uma democracia liberal e o Estado de Direito, campeã de violações aos direitos humanos, o que inclui até mesmo genocídio em décadas passadas”, escreveu Weintraub.
No depoimento, Weintraub não respondeu às perguntas dos policiais, entregando uma declaração por escrito.
No começo de abril, o ministro fez, via redes sociais, insinuações de que a China poderia se beneficiar, de propósito, da crise mundial provocada pelo coronavírus. O texto de Weintraub imitava o modo de falar do personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, que troca a letra "R" pela "L". O ministro ridicularizou o fato de alguns chineses, quando falam português, efetuarem a mesma troca de letras.