Argentina: popularidade de Fernández dispara em meio à luta contra o coronavírus
(Twitter/Casa Rosada)
Com sua reação enérgica à pandemia do novo coronavírus, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, fortaleceu sua liderança e aumentou sua popularidade. É o que apontam analistas consultados pela reportagem da BBC News.
"Quando Cristina [Kirchner] o escolheu como candidato, ele não era conhecido pela maioria no país. Quando foi eleito, ele já contava com cerca de 50% de votos e de apoio popular. Mas com a pandemia, ele virou uma espécie de 'comandante' da campanha contra a doença e colocou seu foco na comunicação desta luta", disse Ricardo Rouvier, da empresa de pesquisas que leva seu nome. Segundo ele, a imagem positiva de Fernández subiu para cerca de 85%.
O presidente decretou uma quarentena rigorosa, chamada de "obrigatória e preventiva", em 20/III e já a prolongou duas vezes. Essa medida inclui patrulhas lideradas por ministros nas estradas e até rastreamento dos movimentos de celulares de motoristas.
Em suas falas, quase diárias, Fernández se refere à pandemia como "um martírio", chama o coronavírus de "inimigo invisível" e diz que "é cedo" para dizer que o país venceu esta batalha.
"Prefiro ter 10% de pobres, mas não 100 mil mortes na Argentina", disse o presidente, que também tem repetido que uma economia que cai pode ser recuperada, mas uma vida perdida, não.
Diz a reportagem da BBC:
Em alguns bairros de classe média, como em áreas de Palermo, é comum ouvir jovens gritando seu nome todos os dias, logo após o já tradicional aplauso das 21h para os profissionais da saúde. Enquanto isso, o nome da ex-presidente e atual vice Cristina Kirchner passou a ser pouco lembrado, neste momento de pandemia.
Para analistas ouvidos pela BBC News Brasil, Alberto Fernández transmite aos argentinos que está "preocupado" e "voltado" para proteger suas vidas. A determinação e segurança que transmite, disseram, fortaleceram sua imagem como líder do país e aumentaram sua popularidade.