Ataques de Bolsonaro a Bachelet mudam planos do chanceler chileno
O covarde ataque de Jair Bolsonaro a Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile e alta comissária da ONU para direitos humanos, alterou radicalmente a agenda do chanceler chileno, Teodoro Ribera.
Ele embarcou em um avião às 9h30 desta quarta-feira 4 para o que, em teoria, seria uma reunião com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, na quinta-feira 5, para tratar do comércio bilateral entre Brasil e Chile.
Mas, segundo o jornal chileno La Tercera, o Ministério das Relações Exteriores chileno dava como certo que logo após a chegada de Ribera ao Brasil (que ocorreu pouco antes das 13h30), ele tomaria a frente em uma declaração oficial contra os ataques de Bolsonaro.
Cogita-se a possibilidade de o chanceler gravar a sua resposta em vídeo.
As autoridades lamentam, inclusive, que "por falta de sorte" o chanceler não tenha tomado conhecimento das declarações de Bolsonaro antes de embarcar.
O La Tercera publica nesta tarde os principais efeitos dos ataques bolsonaristas no governo de Sebastián Piñera:
Um. Em uma única manhã, a oposição encontrou um motivo para se afastar de todos os sinais de apoio que o governo chileno deu a Bolsonaro desde que ele assumiu o cargo e pressioná-lo a protestar vigorosamente. Parlamentares e ex-ministros das Relações Exteriores, como José Miguel Insulza e Ignacio Walker, exigiram uma resposta à "ofensa muito grave contra a ex-presidenta e contra a República do Chile", como disse Walker ao La Tercera.
Dois. Nem mesmo no grupo governista saíram todos a defender o brasileiro. "Não é o caminho para responder", disse o presidente do partido Renovação Nacional, Mario Desbordes.
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