Até os coronéis respeitam a esperteza do jagunço
Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha (Reprodução)
Faz tempo, o jagunço sobe e desce a caatinga.
Sempre perseguido pela volante.
A volante e seus cachorros.
O jagunço não esmorece.
Continua a marcha.
O numero de companheiros aumenta e diminui, a depender das vitórias e dos revezes.
Ele segue, com a companheira Marisa Bonita sempre ao lado.
A caatinga é a mesma: sol, seca, mandacaru.
A volante se aproxima.
Pelas costas, mata Marisa.
O jagunço para.
Chora, impreca contra os facínoras que a mataram, covardemente!
O jagunço avança, corre, agora.
Busca um povoado.
Ele se sente cercado.
A volante parece cada vez mais ameaçadora.
Um coiteiro do jagunço avisa que a volante não é uma, mas muitas: uma vem de Curitiba, outra de uma tal de Poliça Aessista e outra de um Ministéro Federá.
Ele e Corismoto finalmente chegam a uma cidade.
O que faz o jagunço, cuja esperteza e visão até os coronéis admiravam?
O jagunço entra na Igreja.
Pede a bênção ao padre e pede para encontrar o Prefeito.
O que fez o jagunço?
Fugiu ao cerco.
Saiu das cordas.
Ele sabe que precisa chegar vivo a 2018.
Com a bênçao de Padim Pade Ciço.
Assinado: um nordestino que responde à pergunta
desse ansioso blog “por que o Lula quer conversar?”