Átila Iamarino e a vacina de Oxford: “o passo importante é o próximo: se a imunidade é protetora”
(Foto 1: Reprodução/YouTube - Foto 2: Bill Oxford/Getty Images)
Do biólogo Átila Iamarino, no Twitter, sobre os avanços da vacina de Oxford contra a Covid-19:
Tô ciente da publicação da vacina da vacina de Oxford. Mas é a confirmação do que já foi noticiado, que é segura e desperta resposta imune. Tanto já era sabido que por isso puderam vir pro Brasil. O passo importante é o próximo: se a imunidade é protetora.
Tem imunidade não protetora? Tem sim, segue um pequeno fio com exemplos.
A resposta imune pode simplesmente não ser capaz de impedir o vírus de entrar nas células e se replicar. Ou vírus pode ter um ciclo transmissão direta de célula para célula e ser capaz de impedir a célula onde está de avisar o sistema imune. É o caso do vírus da herpes.
Ou a resposta imune pode reconhecer o vírus e ele se aproveitar disso para infectar mais células, como as de defesa. É o que o vírus da dengue faz na segunda infecção, que aumenta as chances de virar dengue hemorrágica. Foi o que aconteceu com a vacina do vírus respiratório (RSV)
Não temos evidência de que uma vacina da COVID vá em qualquer direção dessas ainda. Mas essa variedade de respostas é um dos motivos de tantas vacinas falharem (94%) em testes normais. Daí a importância de esperar os resultados.
Só acrescentando, que já tinha esquecido. No caso da vacina contra o RSV que foi abandonada, ela despertava uma inflamação do pulmão que causava falta de ar. Parecido com o que a COVID-19 causa. Esse tipo de resposta imune inflamatória também não é interessante.