Bolsonaro confirma: general que comandou a Intervenção Tabajara no Rio assume a Casa Civil

Como o Conversa Afiada informou na quarta-feira 12/II, Onyx Lorenzoni será mesmo sacado da chefia da Casa Civil e levado ao Ministério da Cidadania, no lugar de Osmar Terra.

Jair Bolsonaro confirmou a mudança via redes sociais nesta quinta 13/II. Disse, ainda, que a Casa Civil será assumida pelo general do Exército Walter Souza Braga Netto, que comandou a "intervenção" no Rio de Janeiro em 2018 (aqui conhecida como Intervenção Tabajara ou Intervenssão).

A cerimônia de transmissão dos cargos acontecerá em 18/II, às 15h, no Palácio do Planalto.

A propósito, o Conversa Afiada recomenda a leitura da coluna de Bernardo Mello Franco no Globo desta quinta:

O convite ao general Braga Netto cria uma situação inédita em Brasília. Pela primeira vez desde o fim da ditadura, a Casa Civil será chefiada por um militar. Isso não ocorria desde que o general Golbery do Couto e Silva deixou o governo Figueiredo. Ele esvaziou as gavetas em agosto de 1981, três meses depois do atentado do Riocentro.

Agora o governo de Jair Bolsonaro passa a ter nove militares entre os 22 ministros. Isso inclui as quatro pastas com assento no Planalto. Já estavam lá os generais Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além do major da PM Jorge Oliveira (Secretaria-Geral).

Eleito por um partido nanico, Bolsonaro apelou aos militares para compensar a falta de quadros sem dividir poder com o Congresso. Logo passou a esvaziar os auxiliares de farda. Isolou o vice Hamilton Mourão e demitiu o general Santos Cruz. Os dois haviam entrado em colisão com o guru do clã presidencial, Olavo de Carvalho.

No auge do conflito, o autoproclamado filósofo disse que a contribuição dos militares à cultura nacional se limitava a “cabelo pintado e voz impostada”. A ala verde-oliva ensaiou uma rebelião, mas preferiu engolir as humilhações calada .(...)