Bolsonaro diz que a economia "vai muito bem" e chama Folha de "lixo"
(Reprodução/Redes Sociais)
Via Carta Capital - O presidente Jair Bolsonaro reagiu à repercussão da imprensa sobre o baixo índice de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que subiu apenas 1,1% em 2019. Durante transmissão ao vivo em sua rede social, nesta quinta-feira 5, Bolsonaro lembrou que, no governo de Dilma Rousseff (PT), houve recessão nos números do PIB.
O presidente tentou seguir a linha de explicação que o ministro da Economia, Paulo Guedes, utilizou mais cedo, durante evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em que disse que a economia sofre “altos e baixos”.
“Se for levar em conta os últimos anos, teve altos e baixos sim. No governo Dilma, tivemos dois anos consecutivos de PIB negativo de 3,5% e 3,3%. Gostaríamos que não fosse negativo. No primeiro governo Temer, já deu uma recuperada, passou de -3,3% para +1,3%. Então, é um crescimento de 4,6%”, afirmou. “No segundo governo Temer, deu 1,3%. O nosso deu 1,1%.”
Em seguida, o presidente tentou justificar o índice atual, mas assumiu que não entende do assunto e afirmou que a economia vai muito bem.
“Mas o detalhe que a imprensa não noticiou. Eu não entendo de economia, o posto Ipiranga que entende, tá certo? E ele explicou para o pessoal lá que a grande parte da participação do PIB agora, no último trimestre, foi 1,7%. Então, se fosse 1,7% a cada trimestre, seria 1,7%, seria acima do 1,3% do governo Temer. Mas disse que houve muito mais participação da iniciativa privada do que o serviço público na questão de fazer o número final do PIB. Então, tá muito bem a economia, graças a Deus”, disse o presidente.
Bolsonaro afirmou ainda que “a imprensa continua ganhando mais descrédito” e anunciou que não fará mais declarações a jornalistas porque “quando você fala, eles deturpam, e quando você não fala, eles inventam”. O presidente lembrou o episódio de quarta-feira 4, em que o humorista Carioca, da emissora Record, distribuiu bananas a repórteres em frente ao Palácio do Alvorada, em Brasília.
(...) O presidente negou que tenha contratado o humorista para intimidar a imprensa em vez de comentar sobre o PIB.
“Eu vi alguém questionando o Carioca se eu havia contratado para fazer afronta à imprensa. Ele falou: ‘Não, eu tô aqui porque eu sou o presidente fake’. Aí a imprensa perguntou pra mim: ‘E o PIB?’. [Eu disse] ‘O presidente hoje é ele’. Manchete na Folha de S. Paulo: ‘PIB cai e Bolsonaro faz piada’. Piada é a Folha de S. Paulo. Ainda tem gente que anuncia nesse lixo chamado Folha de S. Paulo“, disse o presidente.
Bolsonaro rebateu acusações de que ofenda a imprensa e recomendou que os jornalistas deixem de procurá-lo. Além disso, pediu que os jornais sigam o versículo bíblico “João 8:32” em vez de, segundo ele, divulgarem mentiras. O presidente também reclamou de más repercussões de suas piadas.
“Não dá para eu continuar falando e distorcendo. Procurando uma palavrinha esquisita ali para dizer: ‘Olha o que ele está pensando’. ‘Olha, falou que o cara pesa oito arrobas, não pode’. ‘Criticou a mulher, criticou gay, criticou não sei quem’. Não dá para continuar assim. Nós estamos perdendo direito de fazer piada no Brasil. Tudo agora tem que ser politicamente correto. Você não pode contar uma piada sem pensar: ‘Será que vou ofender os gordinhos, gordofóbico? Os carecas, carecofóbico?”, questionou.