Bolsonaro acusa estados de fraudarem número de mortos por coronavírus para atingi-lo
(Reprodução/Band)
Jair Bolsonaro voltou a destilar sua irresponsabilidade nesta sexta-feira 27/III. Desta vez, ele decidiu questionar a veracidade do número de mortes causadas pelo novo coronavírus e aventou a possibilidade de os estados estarem fraudando a causa dos óbitos para fazer "uso político" da pandemia.
Ele falou especificamente do caso de São Paulo, governado por João Doria (PSDB), que tem o maior número de casos confirmados e de mortes pelo novo coronavírus:
“No Rio de Janeiro, até os dados de ontem, 9 óbitos, e 58 em São Paulo. Eu sei que a população tem uma diferença, mas tem tá muito grande pra São Paulo. Não pode ser um jogo de números pra favorecer interesses políticos. Não estou acreditando nesses números de São Paulo, até pelas medidas que ele [Doria] tomou", afirmou.
Bolsonaro reforçou, ainda, o irresponsável discurso contra o isolamento social, recomendado por todas as autoridades de saúde do mundo. "O Brasil não pode quebrar por causa de um vírus. Tentam quebrar o Brasil com esse alarmismo. O maior remédio para a doença é o trabalho. Quem pode trabalhar, tem que voltar a trabalhar. Não pode se esconder, ficar de quarentena não sei quantos dias em casa e está tudo bem. Não é assim. Alguns vão morrer, vão morrer, lamento, é a vida. Não pode parar uma fábrica de automóveis porque tem mortes no trânsito", disse.
"Muitos me criticaram, mas hoje tem muita gente achando que tudo isso é uma histeria. Tem que desfazer esse clima de pânico - pânico também é doença - e voltar à normalidade", prosseguiu.
Além disso, Bolsonaro voltou a flertar abertamente com a ruptura institucional. Quando questionado pelo apresentador José Luiz Datena se "teria coragem de dar um golpe", o presidente disse: "ninguém que pretenda dar um golpe vai responder que sim, Datena".
Assista:
— Vera Magalhães (@veramagalhaes) March 27, 2020