Bolsonaro, enfim, admite que distribuiu cargos para o Centrão
Foto: Marcos Corrêa/PR
Em sua tradicional live de quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu que o seu governo negocia cargos com o Centrão.
Eleito com um discurso crítico à “velha política” e da troca de apoio por espaço no governo, Bolsonaro afirmou que os parlamentares se sentem “prestigiados” com as indicações e acrescentou que os deputados, muitas vezes, querem dizer que são os “donos” de determinadas obras.
"Temos que ter agenda positiva para o Brasil e temos que conversar com partidos de centro também. Conduzi a conversa ao longo dos dois últimos meses. Conversei com praticamente todos presidentes e líderes de partidos. Sim, alguns querem cargos, não vou negar. Alguns, não são todos. Mas, em nenhum momento, oferecemos ou pediram ministérios, estatais ou bancos oficiais. Pega o Ministério do Desenvolvimento Regional (o Dnocs está vinculado à pasta), que tem estrutura gigantesca, que em grande parte tem atuação no Nordeste. Tem cargo na ponta da linha, segundo ou terceiro escalão que estava na mão de pessoas que são de governos anteriores ao Temer. Trocamos alguns cargos nesse sentido. Atendemos, sim, a alguns partidos nesse sentido (de cargos)", reconheceu o presidente.
De acordo com Bolsonaro, as conversas com os partidos passam também por possíveis alianças na eleição de 2022.
"Eles (parlamentares) se sentem prestigiados, porque na ponta da linha ter indicado para terceiro ou quarto escalão é bom (…) Agora, acusação vem aí, centrão, fisiologismo… Hoje em dia é muito difícil fazer besteira (…) Muitas vezes o parlamentar quer dizer que é dono da obra, mais nada além disso. Intenção não é fazer besteira, se fizer paga o preço. Qualquer pessoa indicada passa por sistemas de informação nosso, a gente pesquisa a vida pregressa dessa pessoa. Se tem condições de exercer o cargo, vai exercer, sem problema nenhum. Se tinha algum mistério, está desfeito", concluiu.