Bolsonaro mente sobre recomendação da OMS
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ao sair do Palácio do Alvorada na manhã desta terça-feira (31/03), retirou de contexto a declaração do diretor-presidente da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Ghebreyesus, dada ontem.
Em sua fala, Bolsonaro insinuou que a OMS estaria alinhada às críticas ao isolamento social, medida necessária para combater o alastramento do coronavírus.
"O que o diretor-presidente da OMS falou? Esse povo humilde fica o dia todo na rua para levar um prato de comida à noite em casa. Ele falou que ele era africano sabe o que é passar dificuldade. A fome mata mais do que vírus", disse.
"Quando eu falei isso, entraram até com processo no Tribunal Penal Internacional [em Haia, nos Países Baixos] me chamando de genocida. Eu sou um genocida por estar defendendo o direito de você levar um prato de comida para casa. Ele [Ghebreyesus] estava meio constrangido, mas falou a verdade. Achei excepcional a palavra dele. Meus parabéns: OMS se associa a Jair Bolsonaro", ironizou.
Na verdade, Ghebreyesus disse que, além da preocupação com a saúde, "os governos precisam garantir o bem-estar das pessoas que perderam sua renda".
"Cada indivíduo é importante, cada indivíduo é afetado pelas nossas ações. Qualquer país pode ter trabalhadores que precisam trabalhar para ter o pão de cada dia. Isso precisa ser levado em conta", afirmou.
Relação com Mandetta
Questionado sobre as recomendações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), Bolsonaro enfatizou que ele é o presidente e que seguirá o que disse o diretor-presidente da OMS.
Golpe de 1964
Após o Ministério da Defesa chamar o Golpe de 1964 de "marco para a democracia", Bolsonaro se referiu ao aniversário do início do regime militar, nesta terça-feira, como "o dia da liberdade".
Abaixo, o vídeo completo: