Bolsonaro quer distribuir cargos no Senado para blindar Flávio
(Valter Campanato/Agência Brasil)
O governo de Jair Bolsonaro intensificou as negociações para distribuir cargos, especialmente no Senado, no momento em que Flávio Bolsonaro é alvo de investigações e a oposição começa a recolher assinaturas para abrir outra CPI no Congresso.
Segundo o Estadão, ao mesmo tempo, desde a prisão de Fabrício Queiroz, líderes de partidos pressionam o Conselho de Ética do Senado para abrir processo de cassação contra Flávio.
A avaliação no Planalto é a de que o governo precisa de uma blindagem no Senado. Depois das tratativas sobre cargos para indicados pelo Centrão na Câmara, a fim de impedir o avanço de qualquer processo de impeachment contra Bolsonaro, o governo foca agora no Senado.
As conversas envolvem também um possível apoio à reeleição do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em disputa marcada para fevereiro de 2021. Embora a Constituição proíba que presidentes da Câmara e do Senado sejam reconduzidos ao posto na mesma legislatura, Alcolumbre tem um parecer indicando que, como o mandato de senador dura oito anos, existe saída jurídica para permitir a reeleição.
Alcolumbre conseguiu manter com o DEM a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Já o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ficou nas mãos do chefe gabinete do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas. O FNDE tem uns dos orçamentos mais cobiçados pelos partidos: R$ 54 bilhões por ano.