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Bolsonaro tentou derrubar líder do PSL na Câmara

Delegado Waldir, da ala bivarista, permanece no posto
publicado 17/10/2019
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Créditos: Marcelo Camargo/Ag. Brasil

O deputado Major Vítor Hugo, do PSL de Goiás, anunciou na noite de ontem (quarta-feira 16/X) que 27 dos 53 deputados do partido participaram de um abaixo-assinado para trocar a liderança da legenda na Câmara dos Deputados.

("Câmara", ok, Conge? Não é "Câmera"...)

O objetivo era destituir o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) e trocá-lo por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) - filho 03 do presidente Jair Messias e ex-possível-futuro embaixabúrguer.

O Delegado Waldir é um representante da "ala bivarista" do PSL - o bloco aliado a Luciano Bivar, presidente nacional do partido, em oposição a Jair Bolsonaro.

Trata-se, portanto, de mais um capítulo na guerra civil do PSL - uma disputa onde já se cogitou até "luta corporal"!

(Sobre essa briga, assista à entrevista exclusiva do deputado federal Ivan Valente, do PSOL de São Paulo à TV Afiada: Guerra no PSL? É o fundo eleitoral, estúpido!)

O clima no partido se tornou insustentável.

Bivar já deixou claro para os colegas de bancadas que cogita expulsar Bolsonaro da sigla!

E o que pensa Bolsonaro?

Na manhã de ontem 16/X, em mais um encontro com admiradores e jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada, o Jair Messias disse que não deseja "tomar o partido de ninguém".

O colunista Guilherme Amado, da Época, entretanto, desmente Bolsonaro.

Segundo Amado, o Jair Messias foi gravado pedindo o apoio de deputados do PSL ao abaixo assinado do deputado Major Vítor Hugo para destituir o Delegado Waldir.

"Estamos com 26, falta uma assinatura para a gente tirar o líder e colocar o outro. A gente acerta. Entrando o outro agora, dezembro tem eleições para o futuro líder. A maneira como tá, que poder tem na mão atualmente o presidente, o líder aí? O poder de indicar pessoas, de arranjar cargos no partido, promessa para fundo eleitoral por ocasião das eleições, é isso que os caras têm", diz Bolsonaro.

Ele continua:

"Eu nunca fui favorável à lista não, sou favorável a eleição direta, mas no momento você não tem outra alternativa, só tem a lista. (...) Aqui tem 25 [assinaturas], já falei com o [deputado General] Peternelli, vou ligar para outras pessoas. Até quem sabe que passe aí de uns números... Se fechar agora, já tem o suficiente".

Os bolsonaristas conseguiram 27 assinaturas. Um número consideravelmente superior aos vinte deputados que assinaram uma carta de apoio a Jair Bolsonaro no último dia 10/X.

Não adiantou.

Poucos minutos após o bloco de Bolsonaro anunciar o abaixo-assinado, o Delegado Waldir apresentou uma outra lista com 31 assinaturas para garantir a liderança do partido.

Somadas, as duas listas têm 58 assinaturas - cinco a mais que o número de deputados do PSL...

Portanto, cinco parlamentares assinaram as duas listas!

A quinta-feira 17/X, assim, promete uma nova "guerra" de abaixo-assinados na Câmara...

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