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Boulos: faltou a esquerda enfrentar a roubalheira dos bancos!

É o maior spread do mundo!
publicado 12/11/2019
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(Crédito: Ricardo Stuckert)

Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e candidato à Presidência da República pelo PSOL em 2018, rejeitou a "tese" de que o presidente Lula, livre, seria um obstáculo à reorganização da esquerda.

"Eu não estou entre os que acham que uma liderança como ele solto tira espaço, bloqueia o avanço da esquerda. Tem gente que acha que renovação significa destruir quem hoje tem hegemonia na esquerda. É um pensamento tacanho, quase infantil. Não perceberam que as derrotas impostas ao PT nos últimos anos não fortaleceram uma nova esquerda, mas sim a extrema-direita", disse Boulos em entrevista a Jamil Chade, do UOL.

Boulos ainda falou sobre os constantes apelo - na maioria das vezes, por parte da direita - para que a esquerda faça uma famigerada autocrítica.

"A esquerda tem autocríticas a fazer. Uma delas é, quando esteve no governo, não ter mudado profundamente o sistema político brasileiro. Esse sistema é o pai da corrupção, ele é uma captura do Estado pelos interesses privados. Todos sabem como funciona: financiamento de campanhas eleitorais levam a compromissos nem sempre republicanos com os financiadores. Essa é a origem da corrupção sistêmica e não apenas no Brasil (...) Mas essa não foi a única que faltou. Faltou enfrentar de fato a roubalheira dos bancos, que cobram o maior spread do mundo, 280% nos juros do cartão e ganham com a farra da dívida pública. Isso não existe em nenhum lugar. Faltou uma Reforma Tributária, para os ricos começarem a pagar a conta... Já conversei isso muitas vezes com o Lula e ele sempre diz: 'Não dava pra aprovar no Congresso, não tinha maioria', etc. Eu sei que não é num passe de mágicas, ninguém é ingênuo. Mas acredito que poderia ter tido um esforço político maior nesses pontos, ter convocado o povo pra pressionar. Ao optar por não fazer um enfrentamento mais forte, em nome da governabilidade, acabou alimentando certos setores e criando o ovo da serpente, que depois se traduziu no golpe de 2016", afirmou.

Boulos fez questão, também, de ressaltar o erro que seria iniciar neste momento as articulações para as eleições de 2022.

"A unidade agora é nas ruas e nas iniciativas de frentes municipais para o ano que vem. Antecipar o debate de 2022 é uma besteira. Mais que isso, uma miopia. É não entender o tamanho da destruição que Bolsonaro representa. Ele tem que ser derrotado", completou.

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