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Boulos: governar para todos? Impossível!

Não quero convencer o 1%. Que o mercado tome o seu Rivotril!
publicado 26/04/2018
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(Reprodução/Facebook/Guilherme Boulos)

Da entrevista que o pré-candidato à Presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, concedeu à BBC Brasil:

(...) BBC Brasil - A gente viu ascensão das classes C e D formando uma nova classe média. Como convencer essas pessoas, a classe média tradicional e a elite econômica de que um governo Boulos poderia ser bom para eles?

Boulos - Não dá para convencer a todos. Tem alguns, inclusive, que eu até abro mão de convencer. O 1% dessa elite econômica, eu não acredito exatamente que eles considerem as políticas que nós defendemos boas para eles. No momento que nós estamos e, numa sociedade dividida e polarizada, não é possível governar para todos.

Nós queremos enfrentar interesses. Interesses poderosos. Nós queremos governar pelos 99%. Essa é a nossa decisão. Governar para os 99% significa enfrentar os privilégios do 1%, uma elite financeira que só espolia o país, que leva nossas riquezas lá para fora. O Brasil para eles é uma plataforma de acumulação e não deixam nada aqui.

Nós queremos enfrentar a lógica de uma economia que exclui e de um Estado que não representa as maiorias. É enfrentar as oligarquias políticas que mandam no Brasil, o grande setor econômico que dá as cartas por aqui. O debate que nós temos que fazer com a sociedade é que hoje esse é o único caminho possível para que os 99% possam ter futuro.

Do jeito que a coisa vai, se não houver uma reversão, perspectiva de futuro não vai existir para a maioria do povo brasileiro. Nós temos 30% de desemprego entre jovens. O cenário é muito grave. Nós precisamos ter propostas contundentes de enfrentamento de rupturas nesse sentido. O papel da minha campanha não é acalmar o mercado. O mercado que busque tomar Rivotril. O papel da nossa campanha é defender o que a gente acha que tem que se defender para a maioria do povo brasileiro. É transformar maiorias sociais em maiores políticas. Isso significa confrontar interesses e significa enfrentar privilégios porque não tem outro caminho.

(...)