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Cassação de 3 milhões de títulos pode ferir Haddad de morte!

STF apunhala o PT onde o partido é mais forte!
publicado 27/09/2018
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O Conversa Afiada informou na quarta-feira 26/IX que o Supremo Tribunal  Federal (STF), por 7 votos a 2, cassou o direito ao voto de mais de 3 milhões  de brasileiros.

A relatoria esteve a cargo do Ministro Barroso, que se comportou como um operário-padrão da Globo.

Como lembrou o Ministro Lewandowski em seu voto, que teve momentos antológicos, isso pode ter peso decisivo nas Eleições deste ano:

A grande maioria desses eleitores enquadram-se na categoria de  hipossuficientes econômicos e residem nos mais longínquos rincões do  país. É, a toda a evidência, um número muito significativo, que pode influir, de forma decisiva, no resultado das eleições. A título de  exemplo, verifico que nas últimas eleições presidenciais a diferença  entre a candidata vencedora e o segundo colocado ficou em  aproximadamente 3,5 milhões de votos.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 45% dos votos cassados (1,5 milhão) são de eleitores do Nordeste (onde Fernando Haddad, principalmente, e Ciro Gomes são muito mais fortes que Jair Bolsonaro). Só na Bahia, onde  Haddad tem 33% da preferência do eleitorado (na mais recente pesquisa do  Datafalha), foram 586 mil títulos cancelados. Na Bahia, Bolsonaro tem  apenas 14% das intenções de voto.

No Ceará, mais de 230 mil títulos foram cancelados; no Maranhão, mais de  216 mil; na Paraíba, 123 mil; em Pernambuco, 150 mil; no Rio Grande do  Norte, quase 93 mil.

Poucos atentaram, nas últimas horas, para o impacto que isso pode ter  sobre as campanhas progressistas, especialmente a de Fernando Haddad.

Na semana passada, o Nexo Jornal publicou, em gráficos, um levantamento sobre a  distribuição geográfica dos votos das Eleições presidenciais de 1989  para cá.

Para mensurar o impacto do Nordeste nas vitórias eleitorais do PT, o  Conversa Afiada centra a análise no segundo turno dos pleitos de 2002, 2006, 2010 e 2014:

 2002:


(Crédito: Nexo Jornal)

2006:


(Crédito: Nexo Jornal)

2010:


(Crédito: Nexo Jornal)

2014:


(Crédito: Nexo Jornal)

Como o amigo navegante pode perceber, os votos de eleitores nordestinos foram fundamentais para o PT vencer quatro eleições -  especialmente as de 2006, 2010 e 2014.

Mas, o Conversa Afiada aprofunda a análise.

Em 2006, Lula derrotou o Santo do Alckmin com votação bastante expressiva no Nordeste: nos nove estados, ele superou os 60% dos votos válidos.

(No Maranhão, por exemplo, ele obteve mais de 84% dos votos; no Ceará,  82%; em Pernambuco, 57%; e na Bahia, 78%).

Em 2010, outra surra: dessa vez, da Presidenta Dilma sobre o Careca, o maior dos ladrões.

No Nordeste, Dilma teve mais de 18,4 milhões de votos, contra 7,6  milhões do Serra.

Ela venceu em todos os estados da região, com cerca de 70% dos votos.

(Destaque para o Maranhão, onde ela venceu com quase 79% dos votos e  para a Bahia, onde ela venceu por 70% x 30%).

Em 2014, mais um atropelamento.

Dilma teve, no Nordeste, quase 20,2 milhões de votos, contra menos de 8 milhões de Aécio - 72% x 28%.

(Na Bahia, ela teve quase 3 milhões de votos a mais que Aécio; no Ceará,  o saldo positivo foi de 2,4 milhões; e em Pernambuco, 1,9 milhão de  votos).

E, como lembrou o Ministro Ricardo Lewandowski, as Eleições de 2014 tiveram um resultado apertadíssimo: Dilma somou 54,5 milhões de votos e Aécio, 51,041 milhões.

A força eleitoral do PT no Nordeste - seja com Lula, com Dilma ou com  Haddad - precisa ser corretamente mensurada.

Isso ajuda a entender por que o Golpe do STF sobre esses 3 milhões de  eleitores pode, em última instância, ferir de morte a campanha de  Haddad; primeiro, em sua luta para chegar ao segundo turno e, caso tenha  sucesso nessa etapa, em uma batalha que se anuncia dura contra o  candidato da Extrema-Direita.

Em tempo: apenas Lewandowski e Marco Aurélio Mello votaram contra a cassação dos mais de 3 milhões de títulos

Em tempo²: não deixe de votar na trepidante enquete do Conversa Afiada: quem pode votar segundo o ministro que é operário-padrão da Globo?

Leonardo Miazzo, editor do Conversa Afiada