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Chanceler Zero 1 monta o cerco a Cuba e Venezuela e o outro derruba o Muro de Berlim

Eles vão meter a mão na cumbuca em que os EUA não querem se sujar...
publicado 27/11/2018
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Eduardo Bolsonaro com a sub-do-sub-do-sub do Departamento de Estado americano, Kim Breier (Crédito: Reprodução/Twitter do deputado federal Eduardo Bolsonaro)

Eduardo Bolsonaro, deputado federal por São Paulo, com 1 milhão 800 mil votos é, na verdade, o verdadeiro Ministro das Relações Posteriores.

Foi ele quem fez o contato com o marqueteiro do Trump, o Steve Bannon, e articulou a visita do trumpista errado, o John Bolton.

Entre ontem (26/XI) e hoje, o chanceler Zero 1 esteve no centro do Poder da Diplomacia Imperial, o Departamento de Estado, e visitou think tanks que parecem maoistas, perto do Instituto Millenium dos Xi! Cago Boys.

Faz tempo que ele e o pai dizem que a relação com os Estados Unidos será mais do que comercial!

Será portanto militar!

O Brasil vai terceirizar a Defesa ao Pentágono - com a entrega, por exemplo da Embraer à Boeing, a renúncia ao submarino nuclear francês e a transformação da Base de Alcântara em McDonald dos americanos.

Ao mesmo tempo, o Brasil sujará as mãos na cumbuca em que os Estados Unidos não querem se meter.

Com a Colômbia e o Peru, o Brasil vai estrangular a Venezuela (se a China deixar...) e tentar cercar Cuba - tarefa a que os americanos se dedicam desde o Governo Eisenower (anos 50's...) sem visível sucesso.

Será mais fácil matar a Venezuela de fome, como sugeriu o ex-embaixador americano a Patricia Campos Mello e não vender mais comida!

Seria então interessante comparar o que faz o Zero 1 e o que pensa o Chanceler escolhido (formalmente), o Araújo.

Enquanto o deputado vai à matriz, o outro fica na filial: quer derrubar o Muro de Berlim, contra a infiltração marxista.

Quá, quá, quá!

Sobre o Bolsonaro:

Em Washington, Eduardo Bolsonaro descarta intervenção na Venezuela

O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro que tem atuado como porta-voz informal do pai em temas relacionados à política externa, descartou nesta segunda-feira que o Brasil intervenha militarmente na Venezuela. Ao participar de um almoço no American Enterprise Institute, centro de estudos conservador em Washington, ele foi muito questionado sobre os direitos humanos no futuro governo.

De acordo com participantes do encontro, fechado para a imprensa, Eduardo Bolsonaro descartou uma ação militar contra o regime de Nicolás Maduro ou a adoção de sanções unilaterais contra Caracas. De forma genérica, apenas informou que o novo governo poderá aplicar a chamada Convenção de Palermo, contra crimes transnacionais, sem dar detalhes de medidas específicas. Tradicionalmente, a diplomacia brasileira só aplica sanções decididas em organismos multilaterais, como a ONU ou a OEA.

Eduardo Bolsonaro ainda foi muito questionado pela plateia, formada por cerca de 30 pessoas, entre autoridades do governo americano, congressistas e integrantes de centros de pesquisa da capital americana, sobre como ficarão os direitos humanos a partir do próximo ano. Ele teria afirmado que os direitos humanos serão respeitados, incluindo a liberdade de imprensa.

— Meu pai fala com a imprensa e pelo Twitter da mesma forma que fala em um churrasco da família — disse o deputado.

Ao sair, Eduardo Bolsonaro falou rapidamente com jornalistas:

— Eu ouvi muitas críticas ao Itamaraty, e nós viemos aqui com a proposta de um novo Itamaraty, renovado, inclusive com uma visita, que eu pedi que seja em breve, do futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para dar estes primeiros passos para resgatar a credibilidade e, mais que isso, reduzir as burocracias para que tenhamos novamente um comércio pujante com os Estados Unidos — disse ele.

Ele não confirmou mais detalhes de seus compromissos nos Estados Unidos, mas fontes indicaram que o deputado do PSL foi para a Casa Branca, onde se reuniria com integrantes do Conselho de Segurança Nacional.

Mais cedo, Eduardo Bolsonaro participou de uma reunião com Kim Breier, secretaria-adjunta para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado americano. De acordo com Filipe Martins, assessor do PSL para temas internacionais, eles conversaram sobre investimentos, segurança regional e outras áreas de cooperação.

O deputado postou uma foto do encontro com Breier no Twitter. A diplomata americana foi uma das primeiras autoridades dos EUA a elogiar as críticas feitas pelo presidente eleito ao acordo com Cuba no âmbito do programa Mais Médicos, que levaram Havana a convocar de volta os cerca de 8.500 médicos cubanos que atuavam no Brasil. Eduardo Bolsonaro escreveu que teve "uma conversa produtiva" com ela.

Sobre o Araújo, o medievalista segundo o Celso Amorim:

Mandato popular na política externa

Algumas pessoas gostariam que o presidente eleito Jair Bolsonaro tivesse escolhido um chanceler que saísse pelo mundo pedindo desculpas. Queriam uma espécie de Ministro das Relações Envergonhadas que chegasse aos parceiros dizendo algo como “Olhem, os brasileiros elegeram Bolsonaro. Não posso fazer nada, é a democracia. Sabem como é, o povo não entende nada. Mas fiquem tranquilos, pois aqui, na frente externa, nada vai mudar. Estou aqui para aguar todas as posições do presidente, para cozinhá-las e transformá-las no mesmo rame-rame que vocês já conhecem, cotinuarei falando a linguagem da ordem global. Estou aqui para não deixar nada acontecer”.

"Alguém desse tipo é o chanceler que os comentaristas da imprensa tradicional – nutridos pela convivência com diplomatas pretensiosos – gostariam de ver. Alguém que enquadrasse o novo presidente, pasteurizasse as suas ideias, freasse o seu ímpeto de regeneração nacional, sob a desculpa de que política externa é algo demasiado técnico para ser entendido por um simples presidente da República, muito menos por seus eleitores.

Parece prevalecer nesses meios a tese de que um presidente pode mudar tudo, menos a política externa. Para eles, a política externa seria uma região fechada ao mandato popular, uma espécie de no-go zone fechada ao povo; o Itamaraty seria um Estado dentro do Estado, onde o Presidente só aparece como um convidado ilustre nos jantares oficiais, mas não tem voz efetiva, ou onde a voz do presidente – que é a sagrada voz do povo – sai dublada em idioma da ONU, e ao ser dublada perde o sentido, pois no idioma da ONU é impossível traduzir palavras como amor, fé e patriotismo."

Em uma democracia, a vontade do povo deve penetrar em todas as políticas

Isso é um gigantesco equívoco. Em uma democracia, a vontade do povo deve penetrar em todas as políticas. Mas as pessoas daquele sistema midiático-burocrático, que gostam tanto de falar em democracia, não sabem disso. Perguntam-se, assustadas: “O que vão pensar de mim os funcionários da ONU, o que vai dizer de mim o New York Times, o que vai dizer o The Guardian, o Le Monde?

E o povo brasileiro? Vocês não se preocupam com o que o povo brasileiro vai pensar de vocês? Sabem quem é o povo brasileiro? Já viram? Já viram a moça que espera o ônibus às 4 horas da manhã para ir trabalhar, com medo de ser assaltada ou estuprada? A mulher que leva a filha doente numa cadeira de rodas precária, empurrando-a de hospital em hospital sem conseguir atendimento? O rapaz triste que vende panos no sinal debaixo do sol o dia inteiro para mal conseguir comer? A mulher que pede dinheiro para comprar remédio, mas na verdade é para comprar crack e esquecer-se um pouco da vida? O outro rapaz atravessando a rua de muletas, com uma mochila toda rasgada às costas, na qual pregou o adesivo do Bolsonaro, talvez sua esperança de dar dignidade e sentido à sua luta diária? O pai de família com uma ferida na perna que não cicatriza nunca porque ele precisa trabalhar três turnos para poder alimentar os filhos?

Aí está o povo brasileiro, não está no New York Times. Se a política externa não se relaciona com o sofrimento, a paixão e a fibra dessas pessoas, então não serve para nada.

Alguns jornalistas estão escandalizados, alguns colegas diplomatas estão revoltados. Revoltados por quê? Porque pela primeira vez terão de olhar o seu próprio povo na cara e escutar a sua voz?

Você, leitor, diz que quer acabar com a ideologia em política externa? Eu também quero. Essa é a principal missão que o presidente Bolsonaro me confiou: “libertar o Itamaraty”, como disse em seu pronunciamento na noite da vitória. Mas você sabe em que consiste a ideologia que diz ser preciso eliminar? Você diz que é contra a ideologia, mas, quando eu digo que sou contra o marxismo em todas as suas formas, você reclama. Quando me posiciono, por exemplo, contra a ideologia de gênero, contra o materialismo, contra o cerceamento da liberdade de pensar e falar, você me chama de maluco. Mas, se isso não é o marxismo, com estes e outros de seus muitos desdobramentos, então qual é a ideologia que você quer extirpar da política externa? “A ideologia do PT”, você me dirá. E a ideologia do PT acaso não é o marxismo?

Você aprendeu na escola que o marxismo prega a propriedade coletiva dos meios de produção, e deduz que, se o PT não prega o fim da propriedade privada, então não é marxista. Essa era, talvez, a posição do marxismo em 1917 – você está 100 anos atrasado na sua concepção do marxismo. Você se satisfaz com o que escutou de sua professora de História numa aula do ensino médio, nunca mais estudou nada sobre marxismo ou qualquer outra corrente ideológica, e agora vem pontificar e tentar me dizer o que é ou o que não é ideologia? Os marxistas culturais de hoje dizem que o “marxismo cultural” não existe e você acredita, simplesmente porque não tem os elementos de juízo e o conhecimento necessário. O fato é que o marxismo, há muito tempo, deixou de buscar o controle dos meios de produção material e passou a buscar o controle dos meios de produção intelectual – fundamentalmente, os meios de produção do discurso público: mídia e academia. Quem controla o discurso público, nos jornais e universidades, controla a vida social de maneira muito mais eficiente do que a obtida pelo controle das fábricas ou fazendas. Vencida na economia, a ideologia marxista, ao longo das últimas décadas, penetrou insidiosamente na cultura e no comportamento, nas relações internacionais, na família e em toda parte.

As coisas que eu critico, critico-as porque sei que são parte e continuação da ideologia que você diz repudiar. O alarmismo climático (sobre o qual falarei em outra oportunidade), o terceiro-mundismo automático e outros arranjos falsamente anti-hegemônicos, a adesão às pautas abortistas e anticristãs nos foros multilaterais, a destruição da identidade dos povos por meio da imigração ilimitada, a transferência brutal de poder econômico em favor de países não democráticos e marxistas, a suavização no tratamento dado à ditadura venezuelana, tudo isso são elementos da “ideologia do PT”, ou seja, do marxismo, que ainda estão muito presentes no Itamaraty. Mas, quando eu me posiciono contra todas essas pautas, você diz que eu sou ideológico e sustenta que eu não deveria fazer nada a respeito.

Se você repudia a “ideologia do PT”, mas não sabe o que ela é, desculpe, mas você não está capacitado para combatê-la e retirá-la do Itamaraty ou de onde quer que seja. Ao contrário, você está ajudando a perpetuá-la sob novas formas. Se a prioridade é extrair a ideologia de dentro do Itamaraty, não lhe parece conveniente ter um chanceler capaz de compreender a ideologia que existe dentro do Itamaraty? Alguém que estuda essa coisa nos livros, há muitos anos, e não simplesmente ouviu alguma referência num segmento do Globo Repórter? Muitos pensadores marxistas brilhantes estão há 100 anos trabalhando incansavelmente e programando a penetração da cultura social e política, de maneira velada, mas por isso mesmo profunda, em favor de seu projeto de poder – e você acha que para combater isso basta dizer “não existe mais ideologia no Itamaraty”, ou basta pronunciar “pragmatismo” como uma palavra mágica que se instalará sozinha? Gramsci, Lukács, Kojève, Adorno, Marcuse estão rindo da sua cara. Ou melhor, não estão rindo, porque marxista não tem senso de humor, mas você sabe o que quero dizer.

Você é contra a ideologia? Então é preciso alguém que entenda de ideologia. Para curar uma doença, não basta dizer que a detestamos, é preciso conhecer suas causas e manifestações, suas estratégias e seus disfarces.

 Você é a favor da democracia? Então deixe o povo brasileiro entrar na política externa.

Em tempo: o periódico Gazeta do Povo é um semanal que sai no Paraná, de propriedade de Guilherme Cunha Pereira. Está para o novo chanceler assim como o Jornal do Commercio e o Jornal do Brasil estiveram para o Barão do Rio Branco. Quá, quá, quá! - PHA