Política

Você está aqui: Página Inicial / Política / Chico Buarque será cidadão honorário de Minas Gerais

Chico Buarque será cidadão honorário de Minas Gerais

A solidariedade dos mineiros
publicado 23/12/2015
Comments
chico buarque

Saiu no site do deputado estadual Rogério Correia (PT-MG):


Chico Buarque será cidadão honorário de Minas Gerais

O deputado estadual Rogério Correia apresentou nesta quarta-feira (23) um requerimento na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para conceder ao músico, dramaturgo e escritor Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido como Chico Buarque, o título de cidadão honorário de Minas Gerais.

Na noite da última segunda-feira (21), o ícone da cultura popular brasileira foi cercado no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde reside, por um grupo de jovens que se declararam ‘antipetistas’. Chico, que tem posições políticas assumidamente de esquerda, defendeu o Partido dos Trabalhadores (PT).

Ele saía de um jantar no restaurante Sushi Leblon, localizado na Rua Dias Ferreira, acompanhado do cineasta Cacá Diegues e do escritor e jornalista Eric Napomuceno.

Entre os agressores que o abordaram estava o filho de Alvaro Garnero, empresário paulista. Herdeiro de uma família tradicional, Alvaro se filiou ao PRB e cogitou ser candidato a deputado federal.

No vídeo, de cerca de 2 minutos, um dos jovens grita: “Petista, vá morar em Paris. O PT é bandido”. Em resposta, Chico diz, em tom de voz controlado: “Eu acho que o PSDB é bandido, e aí?”. Apesar da agressividade dos jovens, Chico permaneceu calmo e ironizou a posição política do grupo, dizendo que “com base na revista Veja, não dá para se informar”.

Na noite desta terça (22), o presidente Lula, em sua página no Facebook, se solidarizou com o compositor. “Chico Buarque é um patrimônio da cultura e do povo brasileiro; nosso maior artista, o mais fino intérprete da alma de nossa gente. É admirado, por tudo o que fez e faz na música e na literatura, e respeitado, como cidadão consciente que jamais se omitiu nas lutas pela democracia e justiça social. Um brasileiro com essa trajetória, e que tem no sangue a herança do professor Sérgio Buarque e de dona Maria Amélia, não merece ser ofendido, muito menos por sua coerência. É muito triste ver a que ponto o ódio de classe rebaixa o comportamento de alguns que se consideram superiores, mas não passam de analfabetos políticos. Apesar de vocês, amanhã há de ser outro dia. Receba, querido Chico, nossa solidariedade, sempre.”

Nesta quarta (23), a presidenta Dilma Rousseff também se manifestou contra o ódio e a intolerância sofrida por Chico. “O Brasil tem uma tradição de conviver de forma pacífica com as diferenças. Não podemos aceitar o ódio e a intolerância. É preciso respeitar as divergências de opinião. A disputa política é saudável, mas deve ser feita de forma respeitosa, não furiosa. Reafirmo meu repúdio a qualquer tipo de intolerância, inclusive à patrulha ideológica. A Chico e seus amigos, o meu carinho.”

Também nesta quarta, Chico Buarque se manifestou ironicamente compartilhando a música “Vai trabalhar, vagabundo“, de 1976, clássico de sua obra.