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Chomsky: é preciso calar Assange e Lula

EUA, Inglaterra, Equador, Suécia e os canalhas daqui tentam
publicado 12/04/2019
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Chomsky após visita a Lula, em 2018 (Reprodução/Redes Sociais)

O Conversa Afiada reproduz trecho de entrevista de Noam Chomsky, linguista, filósofo e cientista político norte-americano, ao site Democracy Now (clique aqui para ler o original, em Inglês):

(...) "Bem, a prisão de Assange é escandalosa em vários aspectos. Um deles é apenas o esforço dos Governos - e não apenas o Governo dos EUA. Os britânicos estão cooperando. O Equador, claro, agora está cooperando. A Suécia, antes, havia cooperado. Os esforços para silenciar um jornalista que estava produzindo materiais que as pessoas no poder não queriam que a multidão conhecesse - Ok? - foi basicamente o que aconteceu. O WikiLeaks estava produzindo coisas que as pessoas deveriam saber sobre quem estava no poder. As pessoas no poder não gostam disso, por isso temos que silenciá-lo. Ok? Esse é o tipo de coisa, o tipo de escândalo que acontece, infelizmente, de novo e de novo.

Para dar outro exemplo, bem próximo ao Equador, no Brasil, onde os últimos desenvolvimentos são extremamente importantes. Este é o país mais importante da América Latina, um dos mais importantes do mundo. Sob o Governo Lula, no início deste milênio, o Brasil foi, talvez, o país mais respeitado do mundo. Foi a voz do Hemisfério Sul sob a liderança de Lula da Silva. Veja o que aconteceu. Houve um Golpe, um Golpe suave, para eliminar os efeitos nefastos do Partido dos Trabalhadores. Estes [os "efeitos nefastos"] são descritos pelo Banco Mundial - não por mim, mas pelo Banco Mundial - como a “década de ouro” da história do Brasil, com redução radical da pobreza, inclusão massiva de populações marginalizadas, grande parte da população - afro-brasileira, indígenas - que foram trazidos para a sociedade, um senso de dignidade e esperança para o povo. Isso não poderia ser tolerado.

Depois de Lula - depois que ele deixou o cargo, uma espécie de “Golpe suave” aconteceu - não vou passar pelos detalhes, mas o último movimento, em setembro do ano passado, foi levar Lula da Silva, um líder, a figura mais popular do Brasil, que quase certamente venceria a eleição, e colocá-lo na prisão, em confinamento solitário, essencialmente uma sentença de morte, 25 anos de prisão, proibido de ler jornais ou livros e, crucialmente, impedido de fazer declarações públicas - ao contrário de assassinos em massa no corredor da morte. Isso, a fim de silenciar a pessoa que provavelmente venceria a eleição. Ele é o prisioneiro político mais importante do mundo. Você ouve alguma coisa sobre isso?

Bem, Assange é um caso similar: temos que silenciar essa voz. Vamos retroceder na História: alguns de vocês podem se lembrar de quando o governo fascista de Mussolini colocou Antonio Gramsci na cadeia. O acusador disse: “Temos que silenciar essa voz por 20 anos. Não podemos deixá-lo falar". Isso é Assange. Isso é Lula. Existem outros casos. Isso é um escândalo.

(...)

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