Ciclo da Lava Jato está a caminho do fim no Brasil
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Via Jornal GGN - O ciclo da Lava Jato está a caminho do fim. Em dois países, a operação promoveu procuradores e lhes conferiu um poder quase absoluto – sustentado na opinião pública.
No Brasil, criou vários mitos de pés de barro. Um a um estão tombando pelo caminho, começando pelo ex-Procurador Geral Rodrigo Janot, passando pelo ex-juiz Sérgio Moro e chegando aos procuradores de Curitiba que se deslumbraram com o poder adquirido.
Na Suíça o ciclo também chega ao fim, com as investigações sobre o Procurador Geral Michael Lauber.
Lava uma grande pressão do governo Obama para a Suíça fechar sua lavanderia de dinheiro. Dois casos ajudaram na lavagem de imagem, a Lava Jato, especialmente as contas da Odebrecht, e a FIFA, também um escândalo brasileiro. Surfando nas duas ondas, Lauber se tornou uma personalidade nacional
O Relatório de Gestão de 2016, do Ministério Público Suíço, comemorava o sucesso da frente contra a Lava Jato: “O encerramento coordenado dos processos na Suíça, no Brasil e nos EUA constituem um sucesso para a luta internacional contra a corrupção”, escreveu. “Elas são resultado de uma estreita cooperação e coordenação das autoridades implicadas”.
Assim como aqui, o excesso de poder levou ao deslumbramento e à falta de limites.
Ontem, segundo o Financial Times, o governo suíço nomeou um promotor especial para analisar acusações criminais contra o presidente da FIFA, Gianni Infantino, e o próprio Michel Lauber.
Não é pouca coisa. Lauber controla todas as investigações criminais na Suíça e investigou durante anos a corrupção no futebol.
Segundo e-mails vazados, Infantino tinha interesse que Lauber suspendesse investigações sobre sua conduta enquanto diretor de assuntos jurídicos da UEFA, a confederação de futebol da Europa.
As investigações sobre Lauder se estenderam também sobre outros casos de corrupção, incluindo a Leva Jato e as contas da Odebrecht. E um terceiro escândalo surgiu com as posições aparentemente simpática de Lauder em relação a Moscou,
O Congresso suíço encaminhou um dossiê de três denúncias criminais contra Lauber, com pedido de autorização legal extraordinária para analisar de forma independente a atuação de Lauber e de Infantino. Para comandar os trabalho foi nomeado promotor especial Stefan Kellet, ex-investigador judicial militar.
De acordo com a decisão de Keller, o parlamento suíço poderá votar o levantamento da imunidade federal de Lauber.