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Ciro e a previdênssia: não vai dar em nada

Haverá uma ressaca: Bolsonaro não vai se beneficiar
publicado 03/07/2019
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Neymar dá camisinha de presente a Bolsonaro, no Mineirão, quando a Argentina jogou melhor que o Brasil. À Esquerda, o general que o Carluxo desmoralizou. À Direita, o presidente da CBF, instituição de dirigentes ilibados... (Créditos: Paulo Mumia/Comitê da Copa América)

Do PiG cheiroso:

Para Ciro, ‘não vai acontecer nada’ após reforma e ‘será a maior ressaca’


Terceiro colocado nas eleições presidenciais de 2018, Ciro Gomes (PDT) avaliou ontem que, ao contrário da expectativa do governo do presidente Jair Bolsonaro, a provável aprovação da reforma da Previdência não terá impacto significativo na retomada da economia brasileira.

Ciro, que fez uma apresentação para avaliar os primeiros seis meses do governo, apontou que, por um lado, o nível de atividade da indústria está muito abaixo da sua capacidade. Do outro, o nível de inadimplência da população está muito alto. “No dia seguinte à reforma da Previdência, não vai acontecer nada. O nível de atividade está tão baixo e inadimplência tão alta que nada se mexerá só com reforma. Será a maior ressaca da história brasileira quando se derem conta disso”, avaliou Ciro.

Do ponto de vista político, o governo Bolsonaro também não obterá grandes ganhos, prevê. “Tal como está o parecer, teríamos em tese economia de R$ 800 bilhões. Mas não é R$ 80 bilhões por ano. É na verdade bem pouco no início e mais no final. O governo Bolsonaro não vai beber desta fonte. O efeito para 2020, por exemplo, é nulo”.

Para Ciro, a mudança no quadro poderia ocorrer com medidas que ele questiona se serão tomadas pela atual gestão, como um aumento robusto no investimento público. “Com a indústria com 25% de sua capacidade ociosa, o investimento tem de ser do governo. Mas os que estão aí acreditam justamente no contrário disso”, disse. Além disso, tomar medidas como a tributação de lucros e dividendos, de onde se poderia levantar R$ 70 bilhões, e imposto sobre transmissão de heranças acima de R$ 2 milhões, de onde viriam mais R$ 15 bilhões, são necessárias. “Só aí você já quase mata o déficit”, defendeu.

Dado como futuro candidato a presidente em 2022, Ciro diz que “Bolsonaro não é responsável pela tragédia brasileira, que começa em 2014”. Mas, tendo em vista a intenção do presidente de concorrer à reeleição, ele se verá obrigado futuramente a dar uma “guinada” no rumo do governo. “Para onde é que ainda não sabemos”, pontuou. (...)

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