Ciro nos EUA: é Golpe!
Ciro a estudantes sobre as reformas fiscal e política: os efeitos chegam antes
Num evento promovido pelos alunos das Universidades de Harvard e do MIT em Cambridge, Massachusetts, dia 23/04/2016, nos Estados Unidos, Ciro Gomes comparou o Golpe de Estado em curso no Brasil ao que derrubou o presidente Lugo, no Paraguai: usar os protocolos vigentes e massificar a denúncia de moralismo liderado por “um gangster”, Eduardo Cunha, processado no Supremo e a quem ele chamou de “ladrão”, na Câmara, quando deputado, a cinco metros de distancia.
Ciro defendeu a tese de que é preciso sair da paralisia conservadora que prevalece no Brasil, sobretudo, por causa do “medo da mudança”.
E, para isso, fazer uma mudança para daqui a alguns anos, adiar a vigência, pois, na política, como na Economia, se verifica uma precificação ex-ante: os efeitos acontecem antes de a mudança começar a funcionar.
Ele propõe, então, que o Presidente eleito anuncie que dará um prazo de seis meses para que o país discuta as duas questões centrais:
- a reforma fiscal, o que inclui a Previdência e a gestão da divida publica;
- e a reforma política, que só não pode prever o Parlamentarismo, porque se tornou causa pétria em razão dos dois plebiscitos que já o repudiaram.
A reforma política também não pode fingir que o dinheiro não existe.
É preciso definir como usá-lo.
Esse papel de mediar o debate seria o de um presidente “chefe de Estado”, em que ele agiria para facilitar a discussão.
Enquanto isso, ele, “chefe de Governo”, tocaria o país.
Depois de seis meses, definidas as propostas de reforma fiscal e política, elas seriam submetidas a um referendo ou plebiscito, como for o caso.
E as mudanças entrariam em vigor dai “xis” anos.
Num regime diferente daquele que Fernando Henrique definiu como “presidencialismo de coalizão”, que, na prática, significa evitar CPI e ganhar tempo de televisão.
Ciro terminou a exposição com “fora da Democracia não há saída”.