Ciro quer filho de José Alencar de vice
"Privatizar a Eletrobrás é um crime!"
publicado
27/04/2018
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Do Estadão:
‘Quero um vice da produção, ligado ao Sudeste do País’, afirma Cirо Gomes
O ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência pelo PDT, disse ao Estado que convidou Josué Gomes, presidente da Coteminas e filho de José Alencar (vice-presidente no governo Lula), para ser vice em sua chapa. Josué é considerado também o vice ideal pelo PT.
(...) Estadão: Quem o sr. imagina para vice?
Cirо Gomes: Eu gostaria de escolher alguém da produção ligado ao Sudeste brasileiro, Minas Gerais, São Paulo.
Estadão: Já tem nomes?
Ciro Gоmes: Tem nomes.
Estadão: Josué Gomes da Silva, da Coteminas, é um deles?
Ciro Gоmes: É sim, com certeza. Somos amigos há anos. Fui amigo do pai dele, José Alencar. Eu já disse a ele: se quiser, é dele.
Estadão: O sr. tem conversado com o ex-prefeito Fernando Haddad. Há chance de aliança com o PT?
Ciro Gоmes: É possível e até desejável, mas muito improvável. Nesse momento existem variáveis pendentes de definição. Do ponto de vista do PT, a mais grave, e eu tenho que respeitar isso com toda dignidade, é o momento que eles estão vivendo. Seu principal líder preso e eles constrangidos a uma solidariedade que ainda afirma a candidatura do Lula, mesmo preso e inelegível. Olho com respeito o tempo do PT, mas toco minha bandinha.
Estadão: Até onde vai essa solidariedade? A bandeira ‘Lula Livre’ vai fazer parte da sua campanha?
Ciro Gоmes: Minha solidariedade pessoal deriva de um fato histórico. Não conheci Lula pela televisão. É um velho camarada de mais de 30 anos, com quem já tive discordâncias, mas trabalho junto há mais de 16 anos. Fui ministro dele. Dói no meu coração ver um ex-presidente que fez tanto bem ao País preso. A política, entretanto, tem uma crueldade. Nossa responsabilidade é com o futuro de 206 milhões de pessoas. Minha solidariedade não me tira a disciplina de produzir uma alternativa para o Brasil, independentemente do destino do Lula e do PT.
Estadão: Mas o sr. vai levar a bandeira do ‘Lula Livre’ para a campanha?
Ciro Gоmes: Eu gostaria de ver o Lula livre dentro dos mecanismos da democracia e do estado de direito. Não me parece ser a providência mais razoável fazer um acampamento com palavras de ordem insultando o Judiciário às vésperas do julgamento. Das duas uma: ou você confia nas instituições e recorre a elas para corrigir injustiças ou não confia.
(...) Estadão: Que reformas o sr. defende, quem será o ministro da Fazenda?
Cirо Gomes: Antes que meu patrão, o povo brasileiro, me dê a tarefa, não posso adiantar ministro. Mas tenho alguns nomes que estão me ajudando. Três nomes que estão coordenando o programa. Mauro Benevides Filho, ex-secretário de Fazenda do Ceará. Trabalha comigo há muitos anos. O outro é o professor Nelson Marconi, da FGV de São Paulo. Ele coordena o programa como um todo. E há uma figura polêmica para quem não o conhece profundamente, Mangabeira Unger.
Estadão: O que pretende fazer sobre a reforma trabalhista?
Cirо Gomes: Não vou para cima do muro. A reforma trabalhista tem que ser revogada pura e simplesmente. Esta representa uma aberração selvagem.
O sr. defende algum tipo de privatização?
Cirо Gomes: O Brasil precisa um projeto nacional de desenvolvimento. A privatização deve ser uma ferramenta. Mas como pode o Brasil imaginar privatizar a Eletrobrás? Para mim é um crime. (...)