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Ciro vs. Bolnossauro: mercado já sabe que perdeu!

Estadão consulta 10 instituições financeiras: "...é cruel"...
publicado 10/06/2018
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Do Estadão:

Avanço de Bolsonaro e Ciro assusta mercado


A percepção de avanço de candidaturas que representam extremos ideológicos aos olhos do mercado, casos de Ciro Gomes (PDT) e de Jair Bolsonaro (PSL), tem contribuído para o sentimento de desalento de investidores. Eles antecipam risco de desfecho eleitoral desfavorável à agenda de reformas e, consequentemente, ao desempenho da economia, segundo levantamento feito pelo ‘Estado’ com dez instituições financeiras e sondagem feita pela XP Investimentos com 204 investidores.

Tal avaliação vem sendo embalada pelo mau desempenho nas pesquisas de candidatos vistos como fiscalmente responsáveis, como Geraldo Alckmin (PSDB), que segue patinando, e Henrique Meirelles (MDB), que demonstra raquitismo nas prévias eleitorais.

Analistas avaliam que Bolsonaro e Ciro se fortaleceram com a crise política provocada pela greve dos caminhoneiros e a fragilidade do governo Temer. A leitura, diante do apoio popular ao movimento grevista, é de que um candidato reformista tem menos chances de ser eleito. “O comprometimento do candidato que o mercado quer, de prosseguir com a agenda de reformas, não é o mesmo do eleitor comum”, afirma Sérgio Lazzarini, professor do Insper.

O descompasso entre a aspiração dos investidores e as indicações recentes do eleitorado, que sinaliza aderência a discursos mais populistas, tem forçado o mercado a refazer suas contas, diz Paulo Leme, da Vinland Capital. “Há contraste cruel entre o que o mercado idealizou e a realidade crua da política brasileira.”

O revés nas expectativas transpareceu de forma mais clara nos últimos dias em sondagem da XP Investimentos, que, desde 2017, reúne impressões dos investidores sobre os presidenciáveis. Até abril deste ano, o levantamento mostrava que as fichas do mercado estavam na candidatura de Alckmin, a quem se atribuía boas chances de chegar ao Planalto. Agora a pesquisa, que ouviu 204 investidores nos dias 4 e 5 de junho, indicou aposta maior num segundo turno entre Ciro e Bolsonaro, com investidores creditando mais chances de vitória ao deputado.

O problema aos olhos do mercado é que nenhum dos dois desfruta, por ora, da confiança que os investidores depositam em Alckmin, cuja eleição levaria à alta da Bolsa e à queda do dólar e dos juros para a maior parte dos investidores ouvidos pela XP.

Na comparação com Bolsonaro, Ciro assusta mais. Dos entrevistados, 94% apostam que, se ele vencer, a Bolsa recuará. Já 80% projetam desvalorização do câmbio, levando o dólar para mais de R$ 4.

Entre as instituições ouvidas pelo Estado, que falaram sob reserva, foi manifestada preocupação em relação ao discurso de Ciro de ingerência na economia, de uso das estatais e de aumento de impostos em detrimento do corte de gastos.

A avaliação do “risco Bolsonaro” vem melhorando a cada sondagem da XP, mas o mercado ainda se mostra reticente. A maior parte (51%) não acredita na capacidade de a vitória de Bolsonaro impulsionar a Bolsa e 45% dizem que sua vitória levaria à alta do dólar. (...)

Em tempo: Paulo Leme, que fala do contraste "cruel" entre o que ele gostaria e o que o eleitor quer é um dos jênios que, na primeira eleição do Lula, criou o "Lulômetro": medir a quanto ia o "risco Brasil" cada vez que o Lula se destacava nas pesquisas. Agora, fora do banco Goldman Sachs - um dos mais safados na fraude que levou à crise de 2008, em Wall Street - Leme pode criar o "Cirômetro"...

Em tempo2: quem substituiu Leme no Goldman Sachs, no Brasil, foi Maria Sílvia, aquela que co-presidiu o BNDES (com Míriam Lúcia) no Governo dos canalhas e canalhas. Ela foi embora sem esclarecer que jeito é aquele a que se referiu o presidente ladrão, que lhe deu uma instrução: "tem que fazer daquele jeito, viu?".