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CPMI das Fake News derrota Bolsonaro e vai ouvir representantes de redes sociais

PSL comete mais uma trapalhada
publicado 10/09/2019
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(Reprodução/Blog do Esmael Morais)

De Amanda Almeida, no Globo Overseas:

O governo sofreu, nesta terça-feira, a segunda derrota em sua articulação política na CPMI das Fake News . Liderados pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), parlamentares da base do presidente Jair Bolsonaro tentaram impedir a votação de nove requerimentos que pediam a convocação de representantes de empresas de redes sociais para prestar depoimento no colegiado. A reunião terminou, no entanto, com a aprovação de todos os pedidos.

Terão de falar aos parlamentares representantes no Brasil de empresas como WhatsApp, Telegram, Twitter, Facebook, Google, Instagram e outros. Flávio e três deputados do PSL — Carla Zambelli (SP), Filipe Barros (PR) e Caroline de Toni (SC) — passaram duas horas tentando evitar a votação dos requerimentos da deputada Luizianne Lins (PT-CE). Tentaram usar artigos dos regimentos internos da Câmara e do Senado, além do discurso de que a CPMI é um "tribunal de exceção" contra Bolsonaro.

— Eu queria perguntar qual o fato determinado para se convocar qualquer representante do WhatsApp? — questionou Flávio, abrindo uma longa discussão entre governistas e oposição.

Luizianne se justificou:

— O objeto da CPMI é o suposto uso de fake news nas redes. Não consigo entender o questionamento sobre ouvir os representantes dessas empresas. Para mim, já tem uma coisa de confissão de culpa. Como vamos investigar uma coisa sem ouvir as empresas que operam isso?

(...) Trapalhada

Com maioria favorável à aprovação, o PSL inverteu a estratégia e decidiu tentar obstruir. Barros protocolou pedido de adiamento de votação dos requerimentos. A estratégia da bancada do partido de Bolsonaro foi não registrar o voto para a apreciação não ter número de votantes suficientes e a sessão ser encerrada por suposta falta de quórum.

A estratégia acabou sendo uma trapalhada. Sem registrar voto, Barros permitiu que o presidente do colegiado, Ângelo Coronel (PSD-BA), anulasse a votação do seu requerimento, com a alegação de que o autor supostamente não estava presente.

— Como o autor não registrou voto e, portanto, não está presente, o requerimento perde objeto e considero prejudicada a votação - disse Coronel.

Barros respondeu:

— Estou aqui.

Coronel rebateu:

— Mas não registrou presença. Então, a votação está prejudicada. Vamos votar os requerimentos.

Na sequência, o presidente colocou em votação simbólica o pacote de requerimentos e declarou que estavam aprovados.

(...)

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