Cruvinel no JB: todos contra Haddad
De Tereza Cruvinel, no JB:
O crescimento consistente e contínuo do candidato do PT, Fernando Haddad, indicado pelas últimas pesquisas, produz a reação natural, o ataque simultâneo de todos os concorrentes que podem sonhar com o segundo turno. O tucano Geraldo Alckmin faz um esforço desesperado para deslanchar, atacando ao mesmo tempo o petista, Bolsonaro e Temer. A campanha de Bolsonaro reage declarando ser ele o único “anti-PT de raiz”, seja lá o que isso signifique. Ciro Gomes também ataca o petista que, ao se tornar “o candidato de Lula”, cortou sua onda de crescimento. São movimentos táticos que também confirmam a natureza plebiscitária da disputa entre o nome do PT e o antipetismo.
Nos 18 dias que faltam para o pleito a taxa de agressividade vai subir. É nesta fase que o desespero produz as campanhas de desconstrução do adversário, daquele que representa o obstáculo imediato. Alckmin foi convencido por aliados do Centrão e do próprio empresariado que o apoia a adotar um tom mais agressivo. E ele o fará tanto contra Bolsonaro e contra o petista. No horário eleitoral de ontem, referiu-se mais de uma vez a “Dilma e Temer” como responsáveis pela crise, pela recessão e o desemprego. Agora vai retomar os ataques a Bolsonaro, interrompidos quando o candidato do PSL foi esfaqueado. Espera o tucano atrair eleitores antipetistas que estão com Bolsonaro. Mas o tempo é curto e os aliados estão céticos. Nada pior para Alckmin do que a notícia de que o Centrão começou a discutir o que fazer num segundo turno entre Haddad e Bolsonaro.
No outro polo, Ciro Gomes acusou ontem o petista de não se comprometer com a inteira revisão da PEC do gasto público, mas apenas com os limites para investimentos. O petista não se deu por achado e declarou que “com certeza” ele e Ciro estarão juntos no segundo turno.
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