Cunha: a Mercadante o que é de Mercadante
Ainda é cedo para concluir a obra no Muro das Lamentações.
Mas, o afastamento (provisório) de Eduardo Cunha da Câmara dos Deputados é um das obras monumentais da dupla zé e Mercadante.
O zé da Justiça já se sabe como entra nessa história: omisso e covarde, não chefiou a Polícia Federal, que se tornou a sede da sedição.
É pouco ?
(E ainda mereceu um prêmio de consolação – é Advogado Geral - para fazer discursos que visam mais ao futuro profissional do que a defender uma causa irremediavelmente perdida.)
E o Mercadante, aqui carinhosamente chamado de General Assis Oliva?
O general Assis Oliva foi o que, com o Temer (já tinha traído ?), sepultou em 24 horas a ideia de uma Assembleia Geral Constituinte Unicameral, enquanto ardiam as chamas daqueles direitistas da Doença Infantil do Transportismo.
Cadê a meninada que foi destituir o Haddad em nome do passageiro pobre?
A Constituinte surgiu da cabeça do José Genoino, brilhante, e poderia furar o pixuleco do Golpe, ali, naquele momento.
Ela topou.
O Assis Oliva, um jenio, em 24 horas, fez ela destopar !
Depois de consultar o Temer (já tinha traído?).
E a eleição do Cunha ?
Dentro do espírito de “governabilidade”, que rege a Nova República, desde o “centrão” do Sarney, com o PFL e o PMDB do Fernando Henrique e o PMDB do Lula, em nome da governabilidade teria sido possível, sim , fazer um acordo com o Cunha para presidir a Câmara.
Àquela altura, Cunha não era ainda o monstro que agora se conheceu, o líder do crime organizado que destitui a Dilma, como observou do deputado Paulo Pimenta.
Ah, dirá o amigo navegante: fazer acordo com o Cunha ?
Ué, o Lula não fez com o Maluf para eleger o Haddad ?
Com o Sarney para derrotar o Flavio Dino?
Governar …
E o Assis Oliva ?
O Assis Oliva achou que tinha bala na agulha para ferrar o Cunha.
Estimulou a dissidência petista.
E elegeu o Cunha para sentar na cadeira que decretaria a irremediavel vinganca.
Cunha começou a se vingar na hora em que foi eleito Presidente.
zé da Justiça, Assis Oliva, fazer o quê?
Era o Palácio.
Eles achavam que o Moro queria combater a corrupção e a Lava Jato não ia subir a rampa do Planalto.
E que se ferrasse o PT do Dirceu e do Genoino (e do Lula) !
Uma nota de despedida: o Golpe de 64 ampliou o Supremo de nove para onze juizes e aposentou três: Evandro Lins e Silva, Hermes Lima e Vitor Nunes Leal, jamais ali igualados.
O Golpe de 2016 não precisar trocar uma lâmpada no Supremo.
Precisa desenhar ?
Paulo Henrique Amorim