Política

Você está aqui: Página Inicial / Política / Decepcionados, bolsonaristas negam negociações com o Centrão

Decepcionados, bolsonaristas negam negociações com o Centrão

"Quando ele reedita o toma lá dá cá, ele se junta a tudo que dizia que era pior da política brasileira", diz um deputado
publicado 23/04/2020
Comments
DecepcionadosbolsonaristasnegamnegociaescomoCentro.png

Deputados bolsonaristas se dividem sobre os últimos movimentos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de oferecer cargos a partidos do Centrão em troca de apoio no Congresso Nacional.

De acordo com reportagem do Valor Econômico,  enquanto um grupo defende que o presidente ficou sem alternativa e precisou ceder para governar, outro ainda não acredita que as nomeações ocorram e critica a possibilidade de adesão ao “toma lá dá cá”.

Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Sanderson (PSL-RS) afirmou que, no grupo de WhatsApp com os 25 deputados do PSL que pretendem fundar o Aliança pelo Brasil junto com Bolsonaro, o tom foi de incredulidade e desconfiança e ninguém confirmou as tratativas.

“Acho muito difícil o presidente Bolsonaro, o conhecendo como eu o conheço, se aliar a Roberto Jefferson ou a Valdemar Costa Neto. Acho pouco provável, não acredito”, disse.

Sanderson, segundo a publicação, disse que Bolsonaro está atento às redes sociais e que não fará um movimento contrário a sua militância.

“Uma coisa é o Roberto Jefferson fazer manifestações de apoio. Outra é ele ser chamado para dentro do governo. Eu dificilmente apoiaria e acho que os deputados do Aliança também que não vão apoiar”, opinou.

Já o deputado Junior Bozzella (SP), vice-presidente do PSL, afirma que Bolsonaro atacou o Centrão na campanha e agora recorre a ele.

“Além de contrariar todas as atitudes, ele traz para sua base a receita do fracasso da campanha presidencial. Quando ele reedita o toma lá dá cá, ele se junta a tudo que dizia que era pior da política brasileira”, acusou.

 Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), deputado federal, está “muito cético ao que pode se construir disso”.

“Esses partidos têm problemas graves de posicionamento, fazem o jogo contrário as reformas, achaques, para obter benefícios para si próprios e sobreviver politicamente”, disse.

Por fim, o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ) defendeu que as conversas de Bolsonaro com o Centrão não são o “toma lá dá cá” feito pelos governos do PT e MDB. “Não acredito que esteja sendo uma questão de lotear, como era feito por outros governos. Estão adotando critérios técnicos. Se eles têm pessoas competentes e estejam gabaritadas para exercer determinado cargo por que não podem fazer indicações?”, questionou.