Delação premiada de Cabral é o “Palocci – Parte 2”
(Crédito: Agência Brasil)
Rejeitada pela PGR, recebida como xepa pela Polícia Federal, a delação premiada de Sérgio Cabral, homologada hoje pelo sr. Luís Edson Fachin, servirá para o mesmo que serviu sua gêmea, a delação de Antonio Palocci: produzir algumas manchetes acusatórias e mais nada.
Ou alguém acha que o ansioso Ministério Público deixaria passar o “filé” de algo que tivesse alguma verossimilhança com a verdade nos seus depoimentos, ainda mais se implicasse Lula, Dilma ou o PT?
A história é toda um absurdo: que tipo de “benefício” se pode dar a alguém que está condenado a penas que vão se aproximando de três séculos?
Como assim Sérgio Cabral vai “devolver” R$ 380 milhões? Onde os guardou que, durante mais de quatro anos preso, a polícia não os encontrou? Porque devolvê-los, se não foram achados, e não faze-los esperar, nas mãos seguras de quem os tem agora em seu nome?
Obter redução de pena. Quanto? Quem sabe à metade, ficando com 134 anos, em lugar dos atuais 268?
Lembrem-se que, para cálculo de progressão de regime, o que conta é a soma das penas, não o limite de 30 anos de execução, nos termos da Súmula 715 do STF. Neste caso, Cabral ainda teria 18 anos em regime fechado, do qual sairia, com restrições, aos 75 anos de idade.
A delação, então, deve-se à quê? Conversão, arrependimento cristão? Façam-me o favor, não é?
O que lhe terão prometido além da possibilidade de vingar-se, usando a Justiça, de seus desafetos?
Está evidente que é uma jogada política. Foi por isso que Fachin a acolheu, porque ele sente que pode alimentar ódios e desmerecimento de quem ele tem repulsa: dos que o puseram no STF.
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