Dilma: temos de olhar para os evangélicos que votaram em Bolsonaro
(Reprodução/Deutsche Welle)
A presidenta Dilma Rousseff acredita que a esquerda brasileira tem uma grande tarefa pela frente: voltar a se aproximar do povo e daqueles que apoiaram a eleição de Jair Bolsonaro.
"Nós temos de olhar para os evangélicos que votaram no Bolsonaro. Nós temos de discutir com aqueles que o defenderam porque acham e acreditam que a questão da segurança no Brasil é a questão central. E nós temos de tratar essa questão", afirmou Dilma em entrevista à Deutsche Welle na Colômbia, onde participou do Hay Festival Cartagena, evento focado em cultura e responsabilidade social.
Ao analisar o atual estágio da esquerda latino-americana, Dilma disse que todo o continente vive uma polarização. "Primeiro, há um aumento brutal da desigualdade. As pessoas percebem que há alguns que têm muito, e outros que têm muito pouco. E você tem então, essa sensação imensa, esse mal-estar imenso".
No Brasil, segundo ela, existe "um governo neofascista executando um programa neoliberal. Defendem a tortura, os torturadores, dizem que não houve ditadura no Brasil. [O governo] É capaz de utilizar de forma absolutamente clara todos os mecanismos possíveis para perseguir artistas, para desrespeitar educadores, desrespeitar a autonomia universitária, desrespeitar o direito, desrespeitar jornalistas".
Dilma afirmou, também, que não vê a eleição de Bolsonaro como uma consequência direta dos protestos de 2013, mas que "naquele movimento houve um caldo de cultura no qual se desenvolveram alguns monstros".
Leia a íntegra da entrevista no site da Deutsche Welle.
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