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Diretor da PF mandou delegado buscar grana para o filme

PF da Lava Jato fechou para filmar a suruba
publicado 05/04/2017
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Damous, Pimenta e Teixeira: Moro também deve explicações!

O Conversa Afiada reproduz as principais frases da entrevista coletiva concedida pelos deputados federais Wadih Damous (PT-RJ), Paulo Pimenta (PT-RS) e Paulo Teixeira (PT-SP) sobre as relações entre a Polícia Federal e o filme sobre a Operação Lava Jato:

Wadih Damous:

- PF é órgão público, do Estado. E essa relação com particulares é promíscua

- PF cedeu equipamentos, pessoal, avião, viatura para essas filmagens

- no Direito Público, aquilo que não é permitido é proibido

- Diretor Geral da PF até hoje não nos respondeu!

- não há base legal para que a PF patrocine um filme e - pior - um filme que relata uma investigação em curso, ações judiciais ainda em curso, com a simples finalidade de enaltecer alguns e condenar outros

- influenciar no julgamento e criar convicções no imaginário do público sobre as investigações

- Ari Fontoura declarou que viu as imagens do sequestro do Lula por parte da PF e, embora tenha havido proibição judicial, as filmagens foram feitas e cedidas à equipe do filme

- atores assistiram a essa filmagem proibida

- e tiveram acesso à carceragem!

- com base em que dispositivo legal a privacidade dos presos foi quebrada?

- Diretor Geral da PF não responde

- temos nomes da agentes que participaram

- houve ordem de missão para que carros da PF transportando atores se dirigissem a SP

- carros com placa quente! Chegaram a passar por pedágios na ida a SP

- em SP esses agentes foram hospedados às custas da produção do filme

- temos uma foto de uma comemoração em que está o delegado Igor Romário com as equipes de filmagem, atores etc, no restaurante Madero

- restaurante que foi inocentado pela PF na Operação Carne Fraca...

- Madero foi declarado vítima da atividade de corrupção que estaria sendo apurada pela operação

- curiosidade: o Madero aparece como parceiro ou patrocinador, cedendo carnes para a equipe e atores do filme

- 10 agentes da PF participaram desse apoio ao filme

- no dia 18 de novembro de 2016, a Superintendência Regional da PF lá no Paraná foi fechada para possibilitar as filmagens

- sob a desculpa de que seria fechada para pintura

- eles não trabalharam! Para facilitar as filmagens!

- temos também uma informação interessante: um delegado de nome Reinaldo teria sido instado pelo Diretor Geral da PF para ajudar no patrocínio do filme. Arranjar patrocinadores para o filme!

- amanhã vamos protocolar no MPF em Brasília um pedido de investigação para apurar crimes de improbidade por parte de agentes da PF, peculato, abuso de autoridade e prevaricação

- queremos que seja rigorosamente apurado

- esse filme integra o cenário de estado de exceção

- será alvo de uma representação no CNJ o juiz Sergio Moro, já que ele havia proibido a filmagem da condução do Lula

-essas imagens foram não só produzidas, mas cedidas!

- e o juiz Moro, interpelado pela defesa do Lula, disse que não pode funcionar como censor

- o que se pede é que ele funcione como juiz! E que faça obedecer as suas próprias determinações judiciais

- ele também incorre em, no mínimo, falta disciplinar

- é um fato ilegal que o próprio Moro havia proibido

- agora ele permite a cessão...

- Ministro da Justiça tem que ser convocado a dar explicações

- direito à privacidade faz parte do rol de direitos humanos!

Paulo Pimenta:

- durante o carnaval, 10 agentes da PF estiveram à disposição das equipes de filmagem em SP...

- diárias, despesas de deslocamento até SP...

- as viaturas, o combustível, tudo isso foi disponibilizado pela PF...

- a pedido dos policiais, eles foram incluídos nos filmes!

- sessões de fotos, confraternizações...

- as pessoas que manusearam armas da PF têm habilitação para isso?

- vamos entregar nomes de delegados que por solicitação do Diretor Geral da PF foram instados a buscar patrocínio para o filme!

Paulo Teixeira:

- todo brasileiro quer um julgamento justo

- nenhum brasileiro está acima da lei

- esse episódio revela o Estado querendo influenciar a opinião pública

- utilizando meios ilegais, sem nenhuma transparência

- o próprio Estado, a partir do seu poder de coerção, vai buscar recursos pra bancar um filme

- a Polícia, ao fazer isso, sai do controle da lei

- a Justiça, ao permitir isso, também sai

- é lawfare!

- é guerra de opinião publica, jurídica, repressiva contra o inimigo

- a Polícia precisa responder!

- a PF não vai se pronunciar?

- o MPF e a Corregedoria precisam agir!

- alertamos a sociedade: estão fazendo contra o Lula, mas podem fazer contra qualquer cidadão!

- condenando na opinião pública!

- exigimos a resposta e as providências legais contra esse abuso!