Dória não é Jânio, Justus nem Trump

O ansioso blogueiro estava curioso para assistir ao discurso de despedida do grande prefeito Fernando Haddad.

Mas, sob a batuta da Leilane Neubarth, que merece breve menção no futuro best seller "Manual Inútil da Televisão - e outros bichos curiosos", a GloboNews (que insiste em chamar o Traíra de Presidente Temer) cortou e mandou a cobertura para o Greca de Curitiba.

Na volta, Leilane deixou o Dória falar à vontade.

Como diria a genial poetisa polonesa Wislawa Szymborska, trata-se de um "mistófrio finório"!

Um exercício de prestidigitação religiosa.
Invocou Deus mais do que Crivella, um pastor.
Alinhou-se automaticamente à Opus Dei do Santo, que o batizou nas puras águas do Rio Tietê.

Prometeu que será um gestor - mistificação corrente, com filiação ao Trump, que também se elegeu, entre outras bazófias, com essa...

Lançou o Santo candidato a Presidente - para a alegria do Lula (veja o que diz o Marinho sobre isso).

(Como se sabe, quando candidato contra o Lula, o Santo teve no segundo turno menos votos que no primeiro: um prodíjio.)

Dória anunciou também que não se candidatará à reeleiçao, promessa que vale tanto quanto não aumentar a tarifa de ônibus durante o mandato.

Não havia um único tucano da facção PPC, Padim Pade Cerra na plateia.

(A colonista Monica Puglia, plantonista do Hospital Sírio Libanês, deve a seus milhões de leitores e ouvintes a explicação de por que o Cerra anda sumido...)

Portanto, a indicação de Alckmin à Presidência vale tanto quanto lançá-lo à sucessão do Papa.

Seus múltiplos discursos de posse foram uma soma de conteúdo vazio com espuma de marketing: vou unir São Paulo!

É a lorota de todo eleito.
Supor que os derrotados vão deixá-lo em paz...

Dória vai usar o púlpito da Prefeitura e da GloboNews para realizar, esse sim, seu anelo secreto: ser um astro da televisão.
Como Trump e Roberto Justus.

Como se sabe, a passagem de Dória pela televisão foi um retumbante fracasso.
Fracasso no cabo e na tevê aberta.

Agora, ele pretende ir à forra.

Terá mais tempo de mídia gratuita (com a Leilane) que o Justus.

Mas, nem assim.
Porque mistificação se sente longe.

Como a tentativa de clonar o Jânio da "vassoura vem aí" e limpar a cidade no primeiro dia de Governo.

A distância entre Dória e Jânio é a distância entre um impostor de verdade - o Jânio - e um arremedo farsesco.

Doria é o que é: um Prefeito Caviar.
Que São Paulo passa a merecer!

PHA