Em dia de Vaza Jato, Coaf lança ofensiva contra David Miranda
Relatório enviado pelo Coaf ao Ministério Público-RJ dois dias depois de o Intercept Brasil começar a divulgar as reportagens da série Vaza Jato, em junho, mostra uma ofensiva contra o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), marido de Glenn Greenwald, editor e fundador do Intercept, e afirma que ele fez "movimentações atípicas" de R$ 2,5 milhões entre 2 de abril de 2018 e 28 de março de 2019.
A notícia vem à tona no Globo Overseas no dia em que o Intercept Brasil mostrou como a Lava Jato usou a filha de um investigado para forçar o pai a se entregar, em uma clara demonstração de chantagem por parte da força-tarefa liderada por Deltan Dallagnol e do ex-juiz Sergio Moro.
A partir do relatório, o MP do Rio abriu uma investigação sobre as movimentações de Miranda. Nesta terça-feira 11, a 16ª Vara de Fazenda Pública do Rio de Janeiro barrou a tentativa do MP de quebrar o sigilo fiscal e bancário do deputado. Em despacho que decretou o segredo de justiça do caso, o juiz Marcelo da Silva pede que o deputado e outras quatro pessoas, entre assessores e ex-assessores, sejam ouvidas antes de qualquer ação cautelar.
Miranda afirmou, através de sua equipe, que o cargo de deputado não é a sua única fonte de renda e, portanto, "as movimentações são compatíveis com sua renda familiar". O deputado recebe R$ 33,7 mil de salário. Ele afirmou que depósitos fracionados detectados pelo Coaf vêm dessa outra fonte, uma empresa de turismo da qual é sócio com Glenn Greenwald.
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