Em semana conturbada, robôs bolsonaristas atacam nas redes sociais
Na política, a semana foi marcada pela exoneração do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), pela posse de Nelson Teich e pelas fortes acusações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Nas redes sociais, esses assuntos repercutiram.
De acordo com estudo da Diretoria de Análise de Politicas Públicas da Fundação Getúlio Vargas, publicado pela revista Época, a reputação digital de Mandetta no Twitter se inverteu em três semanas, devido à atuação maciça de perfis da base bolsonarista para criticá-lo diretamente na rede.
Os ataques alegavam desobediência e deslealdade do ministro a Bolsonaro, pedindo sua demissão.
Já Rodrigo Maia, na última sexta-feira (17/IV), sofreu o maior ataque digital já feito contra ele.
Ao todo, segundo a consultoria Bites, especializada na análise de métricas de redes sociais, 34% de tudo que se comentou em torno do nome de Maia nos últimos 12 meses foi tuitado nas últimas 24 horas.
"A ação seguiu o padrão dos fluxos bolsonaristas nas redes sociais, mas seria um falso positivo atribuir o resultado apenas ao uso de robôs, especialmente o Twitter, que já negou a existência dessa capacidade de manipulação em larga escala do seu algoritmo no Brasil", afirmou relatório publicado na Época.
Houve muito trabalho da militância bolsonarista, espalhando o ataque por Facebook, Instagram, YouTube, Google Brasil e em grupos no Whatsapp e no Telegram.
No Instagram, a #ForaMaia alcançou 77 mil publicações em vários perfis.
No Twitter, 238 mil perfis publicaram, em média, sete posts cada contra Maia. Desse volume, 14% eram publicações originais e 49% retuítes, para aumentar o alcance das mensagens originais de ataque.