Erundina: "Boulos tem chances reais de se eleger prefeito de SP"
CartaCapital - Prefeita da cidade de São Paulo entre os anos de 1989 e 1992, Luiza Erundina volta à corrida eleitoral paulistana em 2020 como vice na pré-candidatura de Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). E ela está entusiasmada. “Ele tem chances reais de se eleger”, diz a deputada federal pelo PSOL-SP, em entrevista ao diretor de redação de CartaCapital, Mino Carta, nesta segunda-feira 13.
Aos 85 anos de idade, sua motivação parte do princípio de que recebeu uma tarefa do partido para disputar o pleito municipal. Segundo ela, veio da legenda e do próprio Boulos a condição de lançar a pré-candidatura com a sua participação. Mas, além disso, ela diz seguir com a vontade de cumprir o que chama de missão pedagógica da política, contribuindo para aumentar a consciência das pessoas mais pobres sobre os seus direitos e sobre a importância de lutar contra concentração de riquezas.
“O partido resolveu e ele também, se eu fosse a vice dele. E hoje eu sou vice do Boulos, acreditando que ele tem chances reais de se eleger. Não tem um candidato além de um candidato do PSOL, com possibilidades reais de conquistar a maior cidade do país”, diz a parlamentar, crendo que as chapas lançadas por outras legendas no município não tem maiores possibilidades de vitória do que Boulos. “Eu estou muito entusiasmada, mobilizada, com vontade de dar um recado nesse tempo que me resta.”
Para ela, o possível êxito de Boulos na capital paulista pode instituir um “fronte de resistência contra o bolsonarismo, o retrocesso e o obscurantismo” na maior metrópole do país, durante o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Luiza Erundina está a todo vapor no Congresso Nacional. No domingo 12, assinou uma queixa-crime contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-o de colocar a população em risco ao desprezar a pandemia. Na última semana, juntou-se ao deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) em um projeto de lei para ampliar benefícios sociais para quilombolas, indígenas e pessoas em situação de rua.